São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Conselho de Ética
"Em relação à reportagem "Para presidente do Conselho de Ética, "tese do mensalão" cairá" (Brasil, pág. A4, 29/8), gostaria de prestar os seguintes esclarecimentos. É muito importante consignar a minha verdadeira opinião sobre o chamado "mensalão". De forma alguma aceito que "a tese do mensalão cairá". Esclareço ao povo brasileiro que minha posição na Câmara dos Deputados e no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar é a de magistrado. Sou presidente do colegiado, e essa condição me impede de externar minha opinião sobre essa ou qualquer outra matéria sob exame desse conselho. Existem provas cabais, e não meros indícios, de que houve pagamentos e retiradas irregulares de dinheiro, por parte de alguns parlamentares, oriundas das empresas do senhor Marcos Valério via Banco Rural e outros meios. Algumas retiradas foram, inclusive, cíclicas, sugerindo, agora sim, fortes indícios de que poderia efetivamente existir um esquema de pagamento mensal e sistemático a deputados da base aliada. Creio que nunca se poderá provar que seriam mensais e que envolveriam todos os investigados, porque, convenhamos, para isso, teríamos de contar com a confissão individualizada de cada parlamentar beneficiado, o que, certamente, não irá acontecer. Em nenhum momento utilizei-me da expressão "tese do mensalão", e que "tal tese seria derrubada". Os fatos até aqui apurados falam por si sós pela sua generalidade e eloqüência. Acredito que o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar fará o seu papel com serenidade, equilíbrio e senso de justiça, não decepcionando as expectativas da opinião pública brasileira."
Ricardo Izar, deputado federal -PTB-SP (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Fábio Zanini - A reportagem reproduziu informação dada por Ricardo Izar, em entrevista, de que o relatório do processo contra Roberto Jefferson não comprovou a tese de mensalão, pelo menos no sentido descrito por Jefferson. Foi feita a ressalva de que Izar acredita que provas ainda podem aparecer.

Prefeitura
"Um editorial da Folha ("Começar de novo", 26/8), pela credibilidade desse veículo, tem uma enorme importância nacional. Por isso respondo. Aparentemente, houve erro na elaboração da placa indicativa da reinauguração da creche Vila Penteado. Tanto o prefeito quanto eu nos demos conta do fato quando a descerramos, mas, em todas as falas, a palavra reinauguração foi usada. Entretanto tudo o que ocorreu é muito parecido com o que acontece com as escolas de lata quando as derrubamos, construímos uma nova no mesmo local e as inauguramos. Essa creche existe desde 1981, sofria inundações, foi desativada e totalmente derrubada; as crianças foram transferidas para outras escolas e para uma casa alugada. A unidade foi reconstruída inteiramente sobre uma elevação artificial do terreno e, alguns dias, antes da reinauguração, as crianças voltaram. Havia alegria em todos nós -especialmente nas crianças- e, nesse momento, o prefeito anunciou que iríamos construir uma creche a mais em cada CEU já existente, o que, sem dúvida, será o maior acréscimo de vagas em creches da história da cidade de São Paulo, cuja demanda não atendida é altíssima. Por isso argumento: 1 - A questão de inauguração ou de reinauguração pode ter sido ou não um erro ao fazer a placa, pois é, acima de tudo, uma questão de interpretação; 2 - Muito mais importante que isso é a decisão do prefeito de oferecer o maior aumento de vagas em creche na história desta cidade."
José Aristodemo Pinotti, secretário municipal de Educação (São Paulo, SP)

Câmara
"Em relação à nota veiculada no último dia 27 na coluna "Painel" (Brasil, pág. A4), declaro que conheço Severino Cavalcanti há mais de 30 anos e com ele sempre mantive relações de respeito nas convergências e nas divergências. Jamais ameacei ninguém em toda a minha vida pública e não posso aceitar acusação de tamanha gravidade contra minha pessoa. Quanto ao processo contra mim instaurado pelo PL e rejeitado pela Comissão de Ética, tenho a convicção de que a Câmara fará justiça aos que, como eu, não macularam o seu mandato."
Joaquim Francisco , deputado federal pelo PTB-PE (Brasília, DF)

Nicéa Pitta
"Sobre o texto "Ex-primeira-dama, Nicéa pode ser despejada" (Cotidiano, pág. C9, 27/8), cabe esclarecer o seguinte: 1) Tudo o que foi decidido pela Justiça sobre a pensão está sendo cumprido e pago mensalmente; 2) Em relação às denúncias feitas por Nicéa, elas foram arquivadas tanto pelo MP como pela Justiça por improcedência; 3) Por fim, a reportagem não encontrou o ex-prefeito para falar sobre o assunto quando estava preparando o texto por absoluta falta de vontade, já que ele está sempre à disposição e nos telefones conhecidos dos jornalistas."
Antenor Braido, secretário de comunicação da gestão Celso Pitta (São Paulo, SP)

Mercado
"A nota "Turismo cívico", publicada ontem no "Painel" (Brasil, pág. A4), inventa para mim uma qualificação absurda, com viés claramente insultuoso. Não sou nem nunca fui operador do mercado de moedas e divisas. É preciso que a Folha admita seu erro."
Naji Robert Nahas (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos".

Laboratórios
"Meus parabéns à Folha pela reportagem "Médicos denunciam favores de laboratórios" (Cotidiano, pág. C1, 29/8), sobre práticas imorais de muitos laboratórios farmacêuticos. A independência dos meios de comunicação para expor e restringir abusos é fundamental. A falta de ética em triar anúncios é outro tema importante. Não é só no Brasil que a maioria dos anúncios de TV, principalmente no horário diurno, é chocante. A advertência de que "se os sintomas continuarem, consulte o médico" é semelhante ao aviso na porta do elevador: "se ele não estiver no andar, não entre". Outra precaução é "se houver suspeita de dengue, não tome". Como se o paciente fosse capaz de saber que todos os produtos anunciados como mais eficazes contra gripe e resfriados são basicamente a aspirina. O espaço antes ocupado nos Estados Unidos pelos anúncios de cigarros foram ocupados por anúncios de medicamentos, que, para serem "aceitáveis", apenas anunciam o nome do medicamente e dizem: "Pergunte ao seu médico se este medicamento é recomendado para você". Recente, reportagem do "New York Times" (26/8) relatou que a Califórnia está movendo um processo contra 39 empresas farmacêuticas por terem vendido ao Estado milhões de dólares em medicamentos por um preço até dez vezes superior ao preço oferecido para farmácias e hospitais. "Vampiros" são universais."
Isaias Raw, presidente da Fundação Butantan (São Paulo, SP)

Texto Anterior: Leopold Nosek: Dor, forma, beleza
Próximo Texto: Erramos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.