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SERGIO COSTA
Terceira divisão
RIO DE JANEIRO - Deve ser a
água de Campos-ou a cana ali cultivada- que faz alguns nativos só
enxergarem o próprio umbigo. Vide
o exemplo de Garotinho, empenhado em eleger um conterrâneo para a
Câmara. Ou do falecido Caixa D'Água, que, ao dirigir o futebol do Rio,
manipulava tabelas em favor do
Americano de sua terra natal.
Para quem atingiu 15% nas pesquisas e parecia um vetor capaz de
levar a eleição presidencial ao segundo turno, é incrível como Garotinho, em vez de estar subindo em
palanques importantes pelo país,
tenha virado o supercabo eleitoral
do senhor Geraldo Pudim.
Mas também deve ter algo no ar
do Rio. Ou Cesar Maia, que chegou
a ser pré-candidato à Presidência
pelo PFL, não teria virado um (ex)
blogueiro a analisar o quadro eleitoral através de mensagens eletrônicas espalhadas na rede: "Muito
bem, dona Heloísa Helena, é assim
que se faz". "Troca o teleprompter e
fala para a câmara, Alckmin".
Em março, quando este pé de página resolveu especular sobre qual
seria o papel do Rio na eleição nacional, não dava para imaginar que
Garotinho e Maia estariam tão fora
do jogo cinco meses depois.
Vale lembrar o início daquele texto: "Como no futebol, em que os
grandes times do Rio não emplacam no Brasileiro, se a eleição nacional for se realizar dentro do quadro desenhado hoje [em março],
políticos daqui nem sequer lutariam contra o rebaixamento. Ganhariam logo papéis secundários
na disputa de outubro -uma decisão paulista". E o fim: "Garotinho e
Cesar sonham alto, mas podem acabar como Flamengo e Vasco: arqui-rivais no Rio e nada mais".
Bom, ao menos Fla e Vasco decidiram a Copa do Brasil, atalho para
a Libertadores. Os dois políticos
caíram direto para a terceira divisão nacional, onde está, no futebol,
o Americano do Caixa D'Água.
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