São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 2005

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Telefonia
"Não há fundamento na reportagem de capa do caderno Dinheiro publicada ontem ("Telemar ainda quer Brasil Telecom, diz Nahas"), que diz que eu seria "simpático" ao Citigroup na disputa empresarial que envolve a operação de venda das empresas de telecomunicação. Durante os trabalhos da CPMI da Compra de Votos, apoiei a iniciativa voluntária dos presidentes dos fundos de pensão Previ, Petros e Funcef de prestarem esclarecimentos acerca das negociações envolvendo a compra de empresas de telefonia. Como nessa oportunidade eles mencionaram a participação dos grupos Opportunity, Citicorp e Telecom Italia naquelas tratativas, considerei importante requerer, com outros membros da CPMI, a presença dos representantes de tais grupos para também prestarem esclarecimentos. Os requerimentos foram aprovados pelo plenário da CPMI. Cabe ressaltar que solicitar esclarecimentos sobre operações desse tipo constitui dever de todos os senadores e deputados membros de CPIs."
Eduardo Matarazzo Suplicy , senador pelo PT-SP (Brasília, DF)

Câmara
"O país está de luto: o Brasil perdeu; o "mensalão" ganhou! O povo perdeu; o Delúbio venceu. Acabou a esperança de mudança ética na Câmara dos Deputados. O candidato do presidente foi eleito com os votos dos partidos envolvidos no escândalo do "mensalão". Quem agora vai cassar os deputados denunciados? Estão todos salvos. É por isso que o PT não expulsou o Delúbio: o que ele fez de errado? Só foi um dinheirinho não-contabilizado..."
José Domingos Frid e Figueiredo (São Paulo, SP)

 

"A grande imprensa faz uma cobertura simplória da eleição do presidente da Câmara dos Deputados. Para o leitor é irrelevante saber quais partidos dão apoio a cada um dos candidatos, já que nenhum partido brasileiro atua com base em um programa e cada parlamentar vota de acordo com suas conveniências. Ao leitor interessa saber quais lobbies, quais grupos econômicos e de interesses apóiam cada um deles e o custo desse apoio."
Michael Wilberg (Brasília, DF)

Dois pesos
"Tento entender os articulistas desta Folha, os cientistas sociais e outros que escrevem e tentam formar opinião. Quando o governo não consegue passar um projeto ou não consegue aprovar algo no Congresso é incapaz, é atrapalhado, não tem liderança etc. Quando ganha é rolo compressor, usou de má-fé, toma-lá-dá-cá, vai pagar por isso, a conta virá depois etc. Será que a partir de 2003 as análises políticas passaram a ser feitas com as vísceras?"
Emilio Ramírez Salinas (São Paulo, SP)

Desonestidade
"Se não bastassem o "mensalão" e o "mensalinho", agora eu tenho que agüentar o "mensalãozão". Liberar R$ 500 milhões para emendas parlamentares na minha cara é brincadeira! Nem o mais otimista dos brasileiros pode admitir uma coisa dessas. Estão me minando aos poucos. Quero ver a hora em que vou cair... Não sou corruptível e não creio na máxima de que "a ocasião faz o ladrão", mas que dá vontade de sair roubando igualzinho, isso dá. Sobre todo esse montante de dinheiro desviado dos cofres, começo a ouvir pelos corredores de uma repartição pública frases do tipo: "Por que é que não me chamaram para fazer parte?"."
Luciano Vieira (Campo Grande, MS)

Sem remédio
"Concordo plenamente com o que diz o jornalista Clóvis Rossi no artigo "Crise terminal" (Opinião, pág. A2, 27/9). A cada dia que passa, leio e releio o jornal, e aumenta minha convicção de que o país não tem jeito. A frase "Não somos competentes nem para roubar" foi a gota d'água."
Tharsis Ramos (Porto Ferreira, SP)

Crucifixo
"Advoguei, após formado, por cinco anos. Ingressei depois na magistratura, onde permaneci por quase 20 anos. Aposentado, voltei ao velho ofício. Nesses anos todos, jamais deparei com uma sala de audiências, incluída a minha, que não ostentasse na parede uma cruz. Nesse tempo, longo, acho que aquele símbolo não constrangeu ninguém, a não ser em uma oportunidade em que a testemunha se sentiu desconfortável à frente da cruz; aquilo era incompatível com sua conduta mendaz... A cruz, a estrela de Davi ou qualquer outro símbolo religioso não deve incomodar os que batem às portas da Justiça. Ao contrário, transmitem eles a certeza de que o juiz tem alguma coisa a mais para balizar o seu julgamento do que o texto frio da lei; que se valerá de princípios éticos comuns a qualquer religião."
Raul Moreira Pinto (Belo Horizonte, MG)

Máfia do apito
"Acredito que a solução para a melhoria da qualidade da arbitragem do futebol nacional é implementar uma tabela de pontuação para os árbitros. Funcionaria como a pontuação implementada pelo Código de Trânsito Brasileiro, com faltas (erros) leves, médias, graves e gravíssimas (aquelas que influenciaram o placar final da partida). Após cada partida, uma comissão composta por elementos que seriam fiscalizados pelos clubes analisaria os lances polêmicos e registraria num prontuário dos árbitros sua pontuação. A idéia é que, quando se atingir um determinado valor, o árbitro seja afastado por um tempo e só volte a atuar após uma reciclagem (curso credenciado efetuado pela federação a que ele está associado). Dessa forma, a CBF poderia avaliar o desempenho dos árbitros e indicar para o quadro da Fifa apenas aqueles que realmente merecerem. O mesmo critério seria aplicado aos auxiliares."
João Roberto Ávila (Belo Horizonte, MG)

TV
"Seria um benefício enorme para a sociedade se as emissoras de televisão brasileiras investissem em programas eticamente corretos. A televisão pode ser instrumento dos mais eficazes para levar educação e cultura para os lares. Mas, infelizmente, não é isso que ocorre. Nas tramas das novelas vemos a repetição de tudo o que existe de mais podre na sociedade e de que já estamos saturados... Além de termos de conviver com a triste realidade de nossos políticos, dirigentes de futebol, empresários etc., as novelas ainda vão fazendo o trabalho de anestesiar o povo contra todo tipo de bandalheira e sacanagem. Nós queremos um Brasil melhor. Mas quem está de fato interessado em investir nisso?"
Maria Inês Ramos Romano (Campinas, SP)


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