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São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Esportes
"Defendemos o princípio da transparência da administração pública e, em nome dele, temos fornecido à Folha todas as informações e dados a nós solicitados. Lamentamos -e causa-nos tristeza- ver esses dados utilizados de forma a produzir no leitor conclusões errôneas acerca dos atos praticados por essa administração e da relação do Ministério do Esporte com outras instituições do setor esportivo. Reportagem do caderno Esporte de 25/10 informou erroneamente que a liberação de R$ 815 mil para o envio de uma delegação brasileira para disputar a Universíade, na Coréia do Sul, teria sido feita em Santo Domingo, durante o Pan-Americano, sugerindo a existência de um "acerto" com o COB. Quanta má-fé! O convênio que permitiu o repasse desse dinheiro é publico e resultado de um processo iniciado muito antes do Pan-Americano. Graças a ele, uma delegação brasileira disputou a olimpíada universitária realizada na Coréia do Sul -com resultados positivos para o esporte brasileiro. A destinação específica dos recursos deu-se para financiar a viagem dos atletas, sem que um centavo pudesse ser utilizado em atividades do COB. Caso o ministério não tivesse adotado esse procedimento, nossos atletas não teriam trazido para o país as 11 medalhas que conquistaram em várias modalidades. É bom lembrar que as negociações feitas entre o Comitê Olímpico, a Confederação Brasileira de Desporto Universitário e o Ministério do Esporte para esse evento foram acompanhadas pela Folha. Em 19 de julho, o jornal publicou uma nota sobre o assunto no "Painel FC". Causa estranheza que só agora o tema volte a ser publicado -com ar de novidade e tom sensacionalista."
Agnelo Queiroz, ministro do Esporte (Brasília, DF)

Resposta dos jornalistas Fernando Mello e João Carlos Assumpção - A reportagem informou que a liberação aconteceu em 18/8, um dia após o término do Pan, e não durante o evento. Quem informou que o convênio foi firmado em agosto durante os Jogos foi o próprio Ministério do Esporte em resposta por escrito à Folha. A nota de 19/7 do "Painel FC" dizia respeito ao dinheiro que a Lei Piva destinava ao esporte universitário. Já o repasse abordado em 25/10 se refere à verba da pasta.

Febem
"Em relação ao comentário do leitor Mauro Alves da Silva ("Painel do Leitor", 29/10), gostaria de dizer que a comunidade dos bairros da região da rua do Hipódromo está atuando, por meio de um conselho gestor, na discussão e na análise do projeto de transformação do antigo presídio em um centro de formação profissional para funcionários e adolescentes da Febem. Esse conselho está até mesmo acompanhando as obras. Dizer que o prédio só receberá "uma demão de tinta", como quer o leitor, ofende o trabalho e a disposição da comunidade, que tem apoiado o projeto."
Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, presidente da Febem (São Paulo, SP)

Escutas
"Em relação à coluna "Só fantasia?" (Opinião, 28/10), informo que, no caso de ACM, minha conduta foi respaldada na época pelo melhor da opinião pública e por vários nomes éticos. Conversei com o ex-secretário-geral da CNBB e com dom Moacir Grechi, e eles respaldaram minha conduta do prisma ético. Eu não seria ético se me omitisse ou se fosse conivente com ACM ou se o defendesse. Não atuei no caso Santo André e não firmei documento nenhum. Apenas dei minha opinião a um colega. A opinião foi correta: a escuta era absolutamente ilegal e criminosa. Não mexi os pauzinhos coisa nenhuma -e nem a matéria diz isso. No mais, não há dois pesos e duas medidas, e sim casos distintos. Uma gravação colhida de meu interlocutor é lícita como prova, já uma gravação ilegal feita pela Polícia Militar, no caso peculiar de Santo André, é mil vezes mais ilícita (o Judiciário teve a mesma opinião, frise-se). Se a jornalista Eliane Cantanhêde acredita na frase de Passarinho -"às favas os escrúpulos de consciência'-, é problema dela. Considero Passarinhos e ACMs mais ou menos da mesma forma, pois ambos coonestaram o AI-5. Eu nunca e jamais acreditei nesse lema e nunca agi assim. Não fui o responsável pela decisão do juiz sobre o caso Santo André. A jornalista porta-se de forma não-ética quando aceita essas premissas e faz juízos de valor errados sobre minha conduta sem me ouvir antes."
Luiz Francisco Fernandes de Souza , procurador da República (Brasília, DF)

Resposta da jornalista Eliane Cantanhêde - Na própria carta, o procurador confirma que de alguma forma interferiu: "Dei minha opinião a um colega". Opinião de procurador é mais do que cochicho casual.

Álcool na TV
"Fiquei muito triste ao ler a reportagem "Governo admite manter publicidade de álcool" (Cotidiano, 27/10). Existe um incentivo muito grande para que os nossos jovens se tornem consumidores de álcool e, provavelmente, futuros alcoólatras. A propaganda da cerveja Antarctica que mostra um noivo a caminho do altar ser atraído pela cerveja gelada simplesmente retrata a realidade de muitos pais, que deixam suas famílias abandonadas numa espera que, na maioria das vezes, culmina na violência devido ao excesso de bebida."
Maria Conceição Alves Matos (Ourinhos, SP)

Anistiados
"Gostaria de saber qual é a justificativa para que se dê isenção de Imposto de Renda para as aposentadorias especiais dos anistiados ("Lula deve isentar anistiados do pagamento de IR", Brasil, 29/10). Ora, tendo o Estado, durante o regime militar, causado a essas pessoas danos morais e, não raro, físicos, nada mais justo que estes danos sejam reparados. E isso já está sendo feito na forma de indenizações e com a concessão das já citadas aposentadorias especiais. Portanto tal isenção, a meu ver, não se justifica. Pior, ela retira os anistiados contemplados por tal benefício da condição de prejudicados pelo Estado e os coloca indevidamente na situação de privilegiados sem que eles tenham passado pela correta posição igualitária, que, acredito, foi o que motivou a luta de boa parte dos anistiados."
Edmar Damasceno Fonseca (Belo Horizonte, MG)


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