São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Santa Catarina
"Moro em São Paulo, mas sou de Santa Catarina. E passei pelas duas grandes enchentes da década de 80, quando minha família perdeu duas vezes tudo o que tínhamos.
Faço um alerta sobre a fiscalização do uso do um R$ 1 bilhão que o governo federal está dizendo disponibilizar às vítimas.
Quando passei por aquelas enchentes, vi salas com roupas e colchões até o teto aparecerem vazias de um dia para outro. E todos na região comentavam que ninguém recebeu nada.
Caminhões saíram de uma cidade cheios de roupas, cobertores e colchões, mas nunca chegaram ao destino. Até hoje isso é comentado por moradores mais antigos de vários municípios do Estado.
Boatos indicavam que doações foram vendidas para comerciantes.
A culpa direta nem seria do governo que doava o material, mas de pessoas responsáveis pelo transporte e administração das doações.
Ressalto que não eram apenas roupas usadas, pois muitos contêineres naquela época chegaram da Europa com roupas novas.
Se sumir com um volume desses pode ser difícil, imagine como será fácil com o dinheiro, que nem precisa chegar às mãos das pessoas; sumirá no meio do caminho.
Cabe a nós cobrarmos o uso limpo e documentado dessa verba, pois enquanto alguns sofrem, outros aproveitam para lucrar."
JULIO CESAR VOLTOLINI (São Paulo, SP)

 

"Se observarmos as notícias "SP libera R$ 4 bilhões para montadoras" (Dinheiro, 12/11) e "Caixa Econômica Federal vai liberar R$ 1,5 bilhão para reconstrução de casas e estabelecimentos comerciais" (Cotidiano, 28/11), podemos concluir de que lado jogam os governos do Brasil.
A tragédia humana, com mais de uma centena de mortes, recebe muito menos que a provável tragédia econômica relacionada às empresas automobilísticas."
CASSIANO BARBOSA (Marabá, PA)

 

"Dois desastres acontecerem recentemente no Brasil. O primeiro foi a crise econômica; o segundo foi a catástrofe em Santa Catarina.
O governo federal está omisso sobre o segundo caso, pois não enviou verbas suficientes e ainda teve a ignorante idéia de abrir crédito para as vítimas dessa tragédia."
MÁRCIO ALEXANDRE DA SILVA (Assis, SP)

Promotor absolvido
"Leitores, neste "Painel", têm feito ataques levianos aos desembargadores que absolveram por unanimidade o promotor Thales Schoedl sem antes terem tido o cuidado de analisar as provas à luz do direito.
Os jovens, mesmo diante dos disparos de advertência, não desistiram da sanha provocadora.
Afirmar que alguém naquelas circunstâncias em que se deram os fatos não poderia usar do único meio de defesa disponível -uma arma, de porte e uso legais- é de um subjetivismo hipócrita e inaceitável.
As pessoas se comovem com o jovem que perdeu a vida, mas não ponderam que qualquer um de nós pode se ver um dia diante de ameaça iminente contra sua integridade física.
Tais leitores perdem de vista que foram 23 votos de magistrados da mais elevada e insuspeita formação jurídica -nem um único voto a favor da acusação! Ora, convenhamos, diante da febril comoção com o caso, instigada pela mídia, aquele tribunal não teria motivo para ignorar a opinião pública e o mundo jurídico se não tivesse absoluta convicção a favor da defesa.
Por outro lado, merece reprovação a atuação da imprensa, responsável por influenciar pessoas a opinar sem o devido e ponderado conhecimento do direito penal que, no caso, esclarece o que vem a ser legítima defesa."
ADIR CLAUDIO CAMPOS , advogado (Uberlândia, MG)

 

"Para refrescar a cabeça dos eruditos desembargadores, julgadores do caso de homicídio envolvendo o promotor Thales Schoedl, gostaria de lembrá-los de que o artigo 25 do Código Penal "entende legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem".
Não houve moderação na reação extremada do promotor, que atirou várias vezes. Assim, o Tribunal de Justiça fica devendo uma explicação técnica e moral à sociedade brasileira."
ANTONIO CALIXTO , advogado (Ribeirão Preto, SP)

Diesel
"A aritmética é elementar: se entra menos enxofre no motor, sai menos enxofre do motor, seja este moderno e regulado ou velho e desregulado.
O jogo de empurra entre a Petrobras e as montadoras é paradoxal. A primeira diz que só oferecerá o diesel com 50 ppm se os motores para usá-lo estiverem disponíveis. As montadoras só tornarão os motores disponíveis se o combustível existir -e tiver as suas especificações definidas.
Bobagem: não existe "um tipo de diesel" para cada país. A Nissan, por exemplo, vende veículo aqui com um motor diesel de ultimíssima geração, feito na Tailândia. Duvido que esse motor tenha sido "calibrado" para o atual diesel do Brasil.
É tudo um grande mito para justificar a omissão criminosa e desrespeitosa ao Brasil.
ANTONIO CAMARGO (São Paulo, SP)

Violência
"Clóvis Rossi acertou num ponto importante, que é a mania progressista de culpar terceiros por atos de violência, nunca os que os praticaram ("A violência e as culpas", Opinião, 28/11).
Mas tanto ele como os colaboradores que ele cita esqueceram de ir mais fundo, e estes últimos têm um forte motivo para isso: pertencem à classe que desde os anos 40/50 vêm administrando à sociedade um novo remédio (novo naquele tempo): o progressismo com o paciente. E a sociedade vai só piorando, mas eles nunca tiveram a decência de admitir que erraram.
Está na hora de instituir um departamento que monitore os produtos que saem das ciências humanas. O pior deles foi a pedagogia moderna.
Ela deu resultados ótimos no primeiro ano com menores que vinham sendo educados pela pedagogia tradicional -porque é claro que não se estraga uma criança da noite para o dia.
Mas, em pouquíssimo tempo, os desastres começaram a acontecer, e a situação só tem piorado no mundo todo, a começar pelos Estados Unidos nos anos 40, pela Europa nos anos 40/ 50 e, mais tarde, no Brasil nos anos 50/60.
Ora, criança-problema vira adulto-problema. Daí vêm mau comportamento, irresponsabilidade, criminalidade."
ANTOON FRANS MARIE SCHULLER (Igarapé, MG)

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