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FERNANDO RODRIGUES
O quase nanico Democratas
BRASÍLIA - O Democratas nasceu
de uma costela do PDS (ex-Arena,
esteio da ditadura militar). Ainda
com o nome de PFL, o partido sempre se apresentou como uma das
forças motrizes responsáveis pela
volta do país à democracia.
Adversários dos "demos" pensam
de forma diferente. A sigla só teve
senso de oportunidade. Em 1984,
com a ditadura atolada no brejo, o
grupo saltou fora do barco. Aliou-se
às forças emergentes. Manteve-se
mais tempo no poder.
A fórmula pefelista deu certo por
muitos anos, quase duas décadas.
Forte em oligarquias estaduais, nos
grotões do país, o partido foi ficando. Em Brasília, praticou o quanto
pode a genuflexão aos poderosos,
um a um. Serviu a José Sarney, Collor e FHC. Muitos até simpatizam
com Lula.
Mas ninguém engana a todos o
tempo todo. O PFL elegeu seis governadores em 1998. Caiu para quatro em 2002. Em 2006, ficou com
apenas um: José Roberto Arruda,
em Brasília, um ex-tucano renascido "demo" depois de ter caído em
desgraça por causa de um escândalo anos antes -a violação do painel
de votação do Senado.
Agora, Arruda entra em um buraco mais fundo. Há indícios claros de
sua participação num esquema já
chamado de mensalão do DEM em
Brasília. É difícil haver explicação
dentro da legalidade para a imagem
do único governador "demo" recebendo um pacote de dinheiro, refestelado em um sofá, e respondendo: "Ah, ótimo".
No caso dos mensalões do PT e do
PSDB, é bom lembrar, nunca apareceu imagem tão eloquente.
O Democratas encolhe a cada
eleição. Foram 105 deputados eleitos em 1998. Uma queda para 84 em
2002. Só 65 em 2006. Hoje, prova
do próprio veneno: a infidelidade
partidária o desidratou e a bancada
com meras 55 cadeiras.
Em 2010, ressalvada uma ou outra exceção, os "demos" devem aumentar a sua insignificância.
frodriguesbsb@uol.com.br
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