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PAINEL DO LEITOR
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Alta traição
"O Brasil está em guerra. Estamos
em guerra contra a fome, a insegurança, a desigualdade social, o analfabetismo e a péssima saúde.
Portanto, políticos que desviam
verbas que seriam destinadas a essas
áreas devem ser considerados desertores de seu país, e não simplesmente
meros "quebradores de ética" ou do
"decoro parlamentar".
Na verdade, um político corrupto é
um assassino, não um "simples ladrão". Por culpa de seus desvios do dinheiro público, milhares de pessoas
morrem em filas de hospitais e devido à insegurança galopante nas grandes cidades e milhões de analfabetos
continuarão sem instrução adequada, proporcionando maior facilidade
ao crime organizado, ao tráfico de
drogas...
O político corrupto é um desertor
da nossa tão dura e sangrenta guerra
em busca de um aceitável índice de
desenvolvimento humano. Portanto,
sem fórum privilegiado, deveriam ser
julgados por um tribunal militar. E a
acusação mínima deveria ser "alta
traição"."
NEVILLE LYON (Alvorada, RS)
Viver
"Gostei muito do artigo "O direito
de viver e de morrer" ("Tendências/Debates", 26/12). Nele, o doutor Carlos Vital Lima abordou com maestria
esse tema tão polêmico.
A resolução 1.805/06 do Conselho
Federal de Medicina foi revogada pelo Ministério Público Federal. Essa
resolução dizia, em síntese: "Na fase
terminal de enfermidades graves e
incuráveis, é permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e
tratamentos que prolonguem a vida
do doente, garantindo-lhe os cuidados necessários para aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, na
perspectiva de uma assistência integral, respeitada a vontade do paciente
ou de seu representante legal".
É triste saber que essa resolução
está revogada. Ela foi um tímido
avanço na tentativa de legitimar a decisão médica de dar dignidade ao paciente na hora da sua morte. Enquanto não houver uma legislação definida, muitos médicos que poderiam
tratar melhor um paciente moribundo não o farão, com medo de serem
processados judicialmente por familiares dos pacientes.
Assim, é comum vermos nos hospitais ressuscitações cardiopulmonares em pacientes sem real expectativa
de vida e pacientes ficarem horas desnecessárias em respiradores das unidades de tratamento
intensivo."
RODRIGO TAVARES CORRÊA, médico anestesiologista, membro da Comissão de Ética do Hospital Padre
Albino (Catanduva, SP)
São Paulo
"Entristece-me o rancor exalado
por leitores que são contra o governo
e o Estado de São Paulo, atribuindo
etiquetas para tudo o que é bem feito no nosso Estado.
Somos uma ilha de eficiência no
país graças ao perfil empreendedor
do cidadão paulista e paulistano. Nossa cultura não é perdulária nem estatal. Aqui se trabalha muito e, graças a este governo e aos anteriores, muito foi feito para o bem-estar do cidadão que vive aqui, venha ele de onde vier.
Na área fiscal, o rigor e a inovação
atendem a reivindicações das entidades de classe, que são ouvidas pelo governo. Na educação, é concreta a inovação e já se percebe a mudança para
melhor.
O sistema de saúde é o melhor do
país, com tendência a melhorar, devido aos investimentos nas esferas estadual e municipais.
As rodovias são de Primeiro Mundo, e os pedágios são caros porque os
impostos ainda são sonegados em larga escala por empresários que seguramente reclamam deles.
Hoje, nós que trabalhamos honestamente, pagamos duas vezes pelo
conforto que temos em São Paulo. A
culpa é da sonegação e da corrupção.
GILBERTO ANTONIO JORGE (Ribeirão Preto, SP)
MST
"O editorial "Reforma imaginária"
(Opinião, 27/12) é categórico no posicionamento do jornal em relação ao MST.
A maioria da população é contrária
às atitudes do movimento, mas considera importante a reforma agrária.
O simples fato de o MST manter a reforma agrária na pauta durante décadas já justifica a sua importância e a sua existência.
Ao institucionalizar-se, como desejam seus detratores, o movimento
será inserido num sistema que lhe é
antípoda em todas as suas premissas
políticas e econômicas e, com certeza, desaparecerá."
CASSIANO BARBOSA (Marabá, PA)
Escuro e vazio
"O senhor Ulisses Gomes ("Painel do Leitor", ontem) expôs a sua opinião, fazendo uma crítica ao colunista
Luiz Felipe Pondé e ao texto "O romantismo idiota de Avatar".
É evidente que cada um tem a sua
opinião sobre o que a própria ideia do
filme pode representar. Uma crítica
pode ser considerada pertinente se se
parte do princípio de que é uma opinião pessoal, mas, deixando de lado
esse relativismo moderno, cabe dizer
que concordo com a crítica do colunista aos "revolucionários românticos
que buscam recuperar os valores pré-modernos".
Essa teoria rasa e mastigada que
Hollywood nos tem passado nos últimos anos da "mãe natureza que só
quer nosso bem" é o recanto ao qual
os idiotas apelam em sua busca pelo
sentido da existência.
A natureza é cruel e não favorece
ninguém, sendo que só o mais apto
(que quase sempre é o mais forte) sobrevive.
A frustração que o capitalismo impõe à nossa vida moderna nos leva a
tentar achar sentido em bobagens como essa. Buscamos encontrar alguma
bondade no universo, que é escuro,
cruel e vazio."
VICTOR LEITE DE OLIVEIRA (São Paulo SP)
Juros
"O Banco Central divulgou que os
juros ao consumidor no mês de novembro atingiram o menor patamar
em 15 anos. Isto é, a módica taxa de
43% ao ano.
As pessoas são estimuladas a comprar (a oferta de crédito é de R$1,389
trilhão), mas não sabem que os bancos, através das empresas de comércio, cobram juros altíssimos embutidos no preço.
Compra-se, por exemplo, uma geladeira de ferro, plástico etc. e paga-se
mais duas ou três de papel."
ALBERTO BASTOS CARDOSO DE CARVALHO (São Paulo, SP)
Boas-festas
A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: João
Carlos Gonçalves Ribeiro, presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais do Planejamento
-Conseplan (Porto Velho, RO); Camilo Cavalcante e Isabel Amorim,
"The New York Times" (São Paulo,
SP); Fenaj - Federação Nacional
dos Jornalistas (Brasília, DF); Africa Publicidade (São Paulo, SP); Fecomercio -Federação do Comércio do Estado de São Paulo (São
Paulo, SP); Cipolatti (Taboão da Serra, SP).
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