São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Secreto não
"Sou cidadã brasileira, 54 anos, casada, professora aposentada da rede particular, mãe de dois filhos. Sempre me preocupei em passar valores sólidos para os jovens com os quais me relaciono, e sinto que ainda posso ajudar os políticos em formação. Quero participar ativamente de um movimento -caso ele exista-, ou começar um, que acabe com o voto secreto na Câmara e no Senado. Nossos representantes devem deixar que acompanhemos sempre as suas votações a fim de sabermos se podemos ou não referendar nossa escolha."
Maria José Franca de Araújo (São Paulo, SP)

Cultura
"No editorial "Distorções culturais" (Opinião, 30/3), a Folha apresentou legítimas preocupações sobre a distribuição dos recursos da Lei Rouanet. O editorial está correto em lembrar a importância do mecanismo para o aumento dos recursos financeiros para a cultura, sem deixar de registrar as muitas distorções que o mecanismo permitiu historicamente em função da desigualdade entre demanda e capacidade institucional. Tal visão resultou no enfraquecimento de instituições relevantes e em precariedades sistêmicas, que continuam a exigir do ministro Gil iniciativas e reparos de longa duração. As observações do editorial coincidem com diversas reformulações que estamos promovendo para qualificar o mecanismo, dotando-o de um sistema de critérios, de pareceristas especializados -em número suficiente- e de capacidade para acompanhamento de projetos e prestação de contas."
Juca Ferreira, secretário-executivo do Ministério da Cultura (Brasília, DF)

Promoção
"Com o dinheiro gerado por nossos impostos, estão sendo pagos US$ 10 milhões à empresa espacial russa para colocar um astronauta brasileiro em órbita. O Brasil precisa mesmo disso? É prioridade? Ou há nisso um fortíssimo odor da intenção de o governo (?) Lula utilizar esse evento como mais um espetáculo de autopromoção?"
Claudio Janowitzer (Rio de Janeiro, RJ)

 

"Acho que, num momento de tanta decepção no cenário político nacional, deveríamos dar um pouco mais de ênfase à viagem histórica do coronel Marcos Pontes para recuperar um pouco mais a nossa auto-estima, ultimamente tão maltratada pela politicalha."
Daniel Gomes Custodio do Nascimento (Hamburgo, Alemanha)

Manchete velha
"O editorial "Nova onda de motins" (Opinião, 30/3) revela a incompetência do governador Geraldo Alckmin em relação à construção desordenada e irresponsável de unidades prisionais no Estado, principalmente na região oeste, que comporta 25 presídios e uma população carcerária de 18 mil detentos. Na maioria das unidades, há superlotação, poucos funcionários, más condições de trabalho e uma infra-estrutura que carece de investimentos. Se no Estado a situação é ruim, aqui no oeste o "buraco é mais embaixo". Rebelião e motim já é manchete velha."
João Alberto Pedrini (Presidente Prudente, SP)

Lima Duarte
"Sempre considerei o ator Lima Duarte um símbolo de valor inestimável, com suas fantásticas interpretações. Lendo a entrevista da Ilustrada de domingo, passei a admirá-lo ainda mais, devido à coragem e à sinceridade que teve ao fazer comentários sobre a Globo e sobre alguns de seus colegas. Mas me causou tremenda decepção vê-lo pedindo desculpas à Globo sobre aquilo que todos sabem ser verdade. Agora só falta pedir desculpas ao presidente Lula por tê-lo chamado de imbecil e ignorante. Como disse sabiamente Arnaldo Jabor, "o Brasil é muito bom, precisamos é mudar de povo"."
José Eugênio Cogo (Mauá, SP)

Sigilo violado
"A possibilidade de haver quebra de sigilo fiscal, tanto pela administração da Receita Federal como por auditores fiscais, preocupa o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal ("Receita violou dados de 6.000 contribuintes", Brasil, 30/3). Os dados fiscais estão disponíveis aos auditores fiscais dos setores de fiscalização ou da corregedoria, porém sua utilização deve se dar dentro do devido processo administrativo. E sua divulgação é ilegal. O sigilo fiscal é inerente às nossas atividades, e a discrição é não só obrigação legal como estratégica às atividades de investigação. Observamos que a corregedoria faz parte da estrutura da Receita Federal, como apontado pelo jornalista Josias de Sousa ("Receita suspende apuração contra Rachid", Dinheiro, 3/3), e, assim, a cúpula da instituição não se sujeita à correição, sendo eventuais investigações sobre a cúpula da Receita decididas pelo ministro da Fazenda. A sociedade exige a apuração dos fatos. Que se investigue se os servidores que integraram a Comissão de Sindicância, investidos de autoridade para tal, exorbitaram de suas prerrogativas. Mas que se investigue, da mesma forma, o que eles estavam investigando e não puderam continuar."
Roberto Bocaccio Piscitelli, vice-presidente do Unafisco Sindical -Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Brasília, DF)

Hepatite
"A ONG C Tem que Saber C Tem que Curar sentiu-se extremamente ofendida e caluniada com um trecho da declaração do doutor Carlos Fortaleza, na reportagem "SP tem prejuízo com remédio de hepatite" (Cotidiano, 30/3), que diz o seguinte: "O que me causa estranheza é (a ONG) levantar bandeira que rigorosamente quem pode reclamar é o laboratório (Schering- Plough)". Essa nossa ação de mostrar o gasto a mais é legitima e deu-se exclusivamente em defesa do portador e do erário. Temos três posições em relação ao citado pelo doutor Fortaleza: 1) A frase "o que me causa estranheza..." simula, por parte dele, uma dúvida em relação a nossas atitudes em prol do portador; 2) A frase "levantar bandeira..." simboliza uma referência de defesa, que estaríamos fazendo, no caso, junto ao fabricante. Uma declaração grave e inverídica; 3) Na frase "quem pode reclamar é o laboratório (Schering-Plough)...", ele sugere que apenas os laboratórios podem reclamar, o que é uma inverdade, pois, pelas prerrogativas constitucionais, qualquer cidadão, em se tratando de seus direitos e do dinheiro público, pode solicitar explicações."
Francisco Martucci, ONG C Tem que Saber C Tem que Curar(São Paulo, SP)


Texto Anterior: Ronaldo Rogério de Freitas Mourão: Um passeio de 10 milhões de dólares

Próximo Texto: Erramos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.