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Painel do leitor
Crítica
"O "Novo Manual de Redação' da Folha diz que o jornal se propõe a realizar
"um jornalismo crítico, apartidário e
pluralista'. Mas quando se trata do prefeito Celso Pitta só vale o "crítico', como
fica claro na Nota da Redação no "Painel do Leitor' de 26/3, sobre o projeto
de criação da Companhia Municipal de
Ativos: "Tal operação não é nada corriqueira em se tratando de Pitta, que endividou irresponsavelmente o município'. Esse é um juízo de valor completamente subjetivo e preconceituoso.
O noticiário sobre a Companhia Municipal de Ativos (24/3, pág. 3-6) trouxe
apenas a opinião de vereadores da oposição, como José Eduardo Martins Cardozo (PT). A prefeitura não foi ouvida.
A reportagem fala em precatório e endividamento, omitindo que o maior
precatório que a prefeitura terá de pagar, em valor superior a R$ 200 milhões, foi criado exatamente por Cardozo quando era secretário de governo
da ex-prefeita Luiza Erundina, que desapropriou a mansão Matarazzo para
criar um "museu dos trabalhadores'.
A mansão ruiu e o terreno virou um
estacionamento. No mesmo dia (24/3),
um outro jornal ("Diário Popular', pág.
14) informa o que a Folha omite: "Tribunal de Justiça obriga prefeitura a indenizar os Matarazzo'. Esse e outros
exemplos, como atribuir sistematicamente ao prefeito Celso Pitta declarações que nunca fez, contrariam expressamente o que está escrito no verbete
"campanha' do "Manual': "A Folha nunca participa de campanhas para enaltecer ou desacreditar pessoas nem serve a
interesses particulares de partido político, grupo ou tendência ideológica'."
Antenor Braido, secretário de Comunicação Social da Prefeitura de São
Paulo (São Paulo, SP)
Nota da Redação - Pitta admitiu
que, em parceria com o ex-prefeito
Paulo Maluf, endividou a prefeitura
com fins eleitorais em entrevista à Folha publicada em 30 de novembro de
1997, no seguinte trecho, entre outros:
"Essa decisão de acelerar as obras,
correta, estratégica, se baseou no fato
de que, em meados do ano passado,
quando começou a campanha para a
sucessão, as minhas chances eram mínimas... Claro que, concluída aquela
fase, tivemos que tomar fôlego para
nos adequar à disponibilidade financeira". Irresponsabilidades da gestão
Erundina não deveriam justificar as
da gestão Maluf. Vale lembrar que o
ex-prefeito emitiu R$ 947 milhões em
títulos para pagar precatórios em
1996, dos quais R$ 607 milhões não foram utilizados para o pagamento de
tais dívidas, segundo o Tribunal de
Contas do Município. Quanto à reportagem sobre o projeto de lei da
Companhia Municipal de Ativos, a
prefeitura foi ouvida sim, por intermédio de sua assessoria de imprensa,
conforme consta à página 3-6 de 24 de
março de 1998.
Saúde
"Quer dizer que o ministro Sérgio
Motta vai ao exterior tratar da saúde? E
sob a recomendação de FHC? Proponho que todo detentor de cargo eletivo,
desde vereador a presidente, seja obrigado a tratar da saúde em hospital público enquanto durar seu mandato.
Quem sabe assim melhora o serviço de
saúde no Brasil?"
Fernando Cruz (Uberlândia, MG)
"O ministro da Saúde não ser um médico não é demérito. Assim, possui até
mais liberdade para agir. Ele não vai
dar consulta, vai fazer política de saúde. Se for consciente do seu papel, querendo cidadania na saúde para o pobre
e classe média baixa, pode fazer um
bom trabalho.
O Brasil tem condições de ter uma
saúde pública de primeira. O exército
médico é um verdadeiro exército chinês, pelo tamanho. É só o ministro da
Saúde fazer a sua parte."
Luiz Ribeiro de Oliveira (Rio de Janeiro, RJ)
Inadimplência
"Como explicado pelo articulista
Aloysio Biondi no artigo "A Light, a
Caixa Econômica e o Congresso' (Dinheiro, pág. 2-2 de 26/3), de um lado o
governo federal agracia as empresas
privatizadas com milhões de reais em
empréstimos a taxas de juros de 6% ao
ano e, de outro, a Caixa decide comunicar ao SPC e ao Cadin o nome dos
mutuários inadimplentes, que, evidentemente, pagam taxas de juros absurdas e não conseguem honrar seus compromissos.
Estranhamente, o governo do Rio
Grande do Sul e o BNDES emprestam à
multinacional Ford a quantia de R$ 750
milhões a taxas de juros de 6% ao ano
(Dinheiro, 26/3, pág. 2-7), enquanto o
sofrido povo brasileiro tem de suportar
juros mínimos de 28% ao ano para seus
financiamentos.
Esses R$ 750 milhões, com as mesmas
taxas de juros, se fossem utilizados para financiamento de micro, pequenas e
médias empresas nacionais, gerariam
milhares de empregos aos brasileiros e
fortaleceriam nossas empresas."
Alberto Benedito de Souza (São Paulo, SP)
Fogo
"O presidente Fernando Henrique
Cardoso deve uma satisfação à nação
brasileira. Por que demorou tanto para
tomar providências contra o incêndio
que aniquila Roraima? E o Exército
brasileiro, onde estava esse tempo todo? E o ministro do Meio Ambiente? O
que fazia enquanto Roraima ardia em
chamas?
Aqui vai uma sugestão ao governo federal: assim como rapidamente se
criou um Proer, que tal criar um "Programa de Socorro da Amazônia'? Que
tal implementar uma política ambiental que efetivamente preserve a floresta
(não apenas 10% do que resta, como
pretendem alguns) e não camufle a exploração desenfreada, sob o rótulo de
"manejo florestal sustentável'? Onde está a sociedade civil brasileira que não se
indigna ante um quadro dantesco de
destruição de tão precioso patrimônio?"
Margaret Ferreira dos Santos e Carlos Roberto Monteiro de Andrade
(São Carlos, SP)
Cidade de pedra
"Por que será que tanto Lúcio Costa
como Niemeyer não moram em Brasília? Não consta que os arquitetos que
reurbanizaram Paris ou Viena tenham
saído de lá, concluídas as suas obras,
para nunca mais voltar.
Convido qualquer admirador de Brasília a passar um tempo morando aqui
(morando, não a passeio). Hospedo em
minha casa.
Como se não bastasse o pesadelo urbanístico, sua concepção de beleza frutificou: a cidade é agraciada por um
sem-número de caixotes de cimento de
vários tipos. Como prêmio, o afamado
arquiteto tornou-se o arquiteto oficial
do Brasil.
Quando se decidiu pela mudança da
capital do Rio de Janeiro para Brasília,
o país selava e antevia seu destino. Tornou-se como esta cidade: difícil, árida e
onde as diferenças sociais, embora se
faça tudo para escondê-las, escancaram-se à nossa volta."
Solange Bomentre (Brasília, DF)
Leão
O funcionalismo público civil da
União surpreendeu-se com o desconto
extorsivo do Imposto de Renda no
contracheque de março. O ministro
Bresser Pereira havia anunciado, em janeiro, que o salário do funcionalismo
civil voltaria a ser concentrado em uma
só vez, após o dia 25 de cada mês. Por
causa dessa mudança, para minha surpresa e estarrecimento, foi descontada
no meu pagamento de março a alíquota de 38,94%, em vez dos 27,5% usuais.
Considerando que nós, servidores
públicos civis, estamos sofrendo um
terrível arrocho salarial há quase quatro anos -sem aumento-, pergunto:
por que prejudicar essa classe ainda
mais?
Bettina Alice Laufer Calafata (Rio de
Janeiro, RJ)
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