São Paulo, domingo, 31 de maio de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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Circo dos horrores
"É inadmissível que a Prefeitura de Teresina (PI) ofereça, com a maior naturalidade e cinismo, barro para os desabrigados reconstruírem suas choças ("Teresina dá barro para flagelado reerguer casa", Cotidiano, 25/5). Enquanto isso, parlamentares recebem R$ 3.800 por mês como auxílio-moradia. O Brasil virou mesmo um circo dos horrores."
LUIZ ANTONIO MOURA CASTRO (Bauru, SP)

"É um grande equívoco das autoridades atribuir aos fenômenos naturais a culpa por várias tragédias. A barragem no Piauí já vinha dando indícios de comprometimento de sua estrutura principal. Reparos eram realizados sistematicamente e havia uma preocupação sobre a possibilidade de rompimento.
Não dá mais para aceitar que a previsão meteorológica atrelada à tomada de decisões não seja considerada em situações de risco. Alguns dias antes da tragédia, foi tomada a decisão de retorno da população para as áreas consideradas de risco. Foi essa população que morreu, se feriu e perdeu o que tinha.
Responsabilidade de convivência com o risco é isto: acompanhamento técnico permanente, monitoramento da situação, implantação de níveis de alerta, definição de responsabilidades e decisões e ações rápidas. A chuva não é a responsável, é o agente deflagrador."
JOSÉ LUÍS RIDENTE JÚNIOR, geólogo (São Paulo, SP)

Educação
"Há anos os problemas do ensino público têm sido denunciados por professores. Mas eles não tiveram repercussão nenhuma. Bastou a imprensa divulgar problemas envolvendo material didático inadequado para alunos para que alguns setores, e a própria imprensa, percebessem que há algo errado na educação de São Paulo.
Parece que não são só os professores os "incompetentes". Até agora, o Estado de São Paulo só dialogou com a imprensa. Quando houver diálogo com os professores talvez possamos começar a resolver as questões que realmente interessam."
MARA CHAGAS (São Paulo, SP)

"Li no caderno Cotidiano de ontem o texto "Professores estaduais de SP decidem entrar em greve". Até concordaria com o projeto de lei complementar do governo do Estado que afirma que os professores, após aprovados em concurso público, devem ter um curso de formação de quatro meses, período esse em que receberão apenas 75% dos seus salários.
Mas, desde que, para que possam assumir seus cargos, os políticos eleitos tenham que passar por uma escola de aptidão psicológica, administrativa, política e, por que não?, ética. Que tal?"
MÁRCIO ALEXANDRE DA SILVA (Assis, SP)

"No momento em que o censo da educação básica aponta a deficiência na formação dos professores como um dos principais problemas que afetam o setor, as universidades públicas estaduais se preparam para oferecer curso à distância para formar... professores.
Se o objetivo for oferecer certificados de curso universitário em massa, a medida é adequada, pois vai substituir a solução do problema pela melhoria da estatística.
Mas, se for para sanar o quadro detectado pelo censo, é inadequada, pois, a despeito da maior facilidade de acesso oferecido pelo ensino a distância, as dificuldades de ensino e de aprendizagem observadas na modalidade presencial apenas se agravarão no ensino à distância, justamente pela falta da vivência num ambiente acadêmico e cultural adequado. Mais uma vez o governo faz o diagnóstico certo, mas receita o remédio errado."
JAIR PINHEIRO, professor do Departamento de Ciências Políticas e Econômicas da Unesp (Marília, SP)

Oriente Médio
"Parabéns à Folha pelo lúcido editorial "Israel persiste no erro" (Opinião, ontem).
A solução para as injustiças no Oriente Médio passa necessariamente pela criação do Estado Palestino e pelas concessões que o Estado de Israel tem de fazer, exatamente o oposto do que prega o premiê israelense.
Da atitude dos EUA na questão dependerá a paz ou a guerra entre árabes e judeus. A posição americana tem sido correta, pressionando os israelenses para que parem com assentamentos na Cisjordânia."
SÉRGIO ANTÔNIO BARÃO (São Paulo, SP)

Milícias
"A cada vez maior percepção do grau que atingiu o problema das milícias aqui no Rio, conforme apontam investigações sobre essa tragédia, exige séria reflexão por parte de nossos governantes.
Como se permitiu chegar a esse ponto, onde um estado informal e violento se infiltra nas estruturas do Estado instituído?
A resposta a essa questão deve servir para orientar as políticas públicas que deveremos adotar para não vermos o Estado de Direito, tão duramente conquistado, ser destruído pelo polvo de máfias que ameaça os Poderes do país."
JOSÉ DE ANCHIETA NOBRE DE ALMEIDA (Rio de Janeiro, RJ)

Sindicatos
"O artigo "Sindicato único sem filiados" ("Tendências/Debates", 29/5), de Otavio Brito e Ricardo Britto Pereira, não apresenta, de forma racional e convincente, os argumentos que os levam a defender o fim da unicidade sindical e da contribuição obrigatória.
Ao que parece, os articulistas se esqueceram de dizer que ambas as propostas, em vez de beneficiar os trabalhadores, só favorecem o setor patronal. A contribuição é fonte necessária de sustentação financeira do sindicalismo. A sua manutenção é fundamental para a existência dos sindicatos, entidades essenciais para o funcionamento adequado das democracias. Acabar com ela é reduzir a nada as ações sindicais.
Da mesma forma, a unicidade impede a divisão dos trabalhadores, como querem os empresários. Não podemos, em meio a esse debate, criar dicotomias, cenários necessariamente excludentes. A existência de deficiências no sindicalismo brasileiro demanda uma ampla discussão em toda a sociedade, com o intuito de corrigi-las, mas não é motivo para propor a sua extinção, como parecer querer aqueles que defendem o fim da contribuição obrigatória e da unicidade.
Com medidas assim, perde o trabalhador, perde a sociedade e perde a democracia."
DENILSON GONÇALVES CAJAZEIRO (Belo Horizonte, MG)

Rouanet
"Enfim alguém teve o bom senso de modificar a Lei Rouanet. Que a lei serve ao seu propósito de incentivar projetos culturais é indiscutível. Mas é preciso chamar a atenção para uma falha grave, que é a dedução de 100% no IR.
As empresas que protestaram, ameaçando baixar os investimentos, deveriam ser menos hipócritas, pois vêm se aproveitando da lei para fazer propaganda às custas do dinheiro que seria recolhido integralmente pelo IR. Quando o abatimento for de 50%, por exemplo, veremos realmente quem são os verdadeiros interessados em incentivar a cultura do nosso país."
NATAL LUCIANO DE GODOI (Indaiatuba, SP)

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