São Paulo, sábado, 31 de julho de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Brasil no Brasil
"Antes de tudo, o presidente Lula tem o dever moral, ético, político e histórico de ajudar o Brasil. Seria muito bom poder auxiliar a Argentina, os países africanos e todas as nações pobres se tivéssemos condições para isso. Enquanto o presidente distribui benefícios mundo afora, aqui dentro o povo é esmagado por uma carga tributária absurda e crescente e recebe em contrapartida serviços públicos extremamente deficientes. O brasileiro paga impostos como quem vive na Alemanha e vive como quem vive no Brasil."
Rogério Mendonça de Andrade (Araraquara, SP)

Juros
"Não resta dúvida de que a melhor maneira de combater a inflação, mantendo a estabilidade, é a realização de um pacto entre empresas, governo e consumidores. Assim, a ameaça do Copom ("BC indica que juro não cai e pode subir", 30/7) apresenta-se como puro terrorismo, como se fosse possível suportar novas elevações da taxa de juros. Com isso, o incipiente processo de retomada do crescimento fica prejudicado -e o presidente do Banco Central fica de bico calado, pois não sabe nem explicar a diferença entre domicílio fiscal e eleitoral."
Rodrigo França (Belo Horizonte, MG)

Transgênicos
"A rotulagem era uma contrapartida mínima nas nas duas medidas provisórias que legalizaram o plantio da soja transgênica. Mas, até hoje, nada de rotulagem, um desrespeito ao consumidor e também àqueles que, cumprindo a lei, não plantaram soja transgênica. Mais uma vez no Brasil, quem cumpre a lei é punido. Se não tem condições de segregar e rotular a soja transgênica, o governo deveria então proibir seu cultivo, caso contrário, é traição. São sete os pontos que tornam um transgênico aceitável: 1) tecnicamente possível; 2) biologicamente seguro; 3) ambientalmente seguro; 4) economicamente vantajoso; 5) moral e eticamente aceitável; 6) socialmente benéfico e 7) legalmente regulamentado. Por isso a liberação comercial das plantas transgênicas não pode ser de responsabilidade total do CTNBio, como querem alguns."
Milton Krieger (Piracicaba, SP)

Palace 2
"O caso "moradores do Palace 2 versus Sérgio Naya versus governo federal" causa asco. Aquelas famílias, depois de esperarem anos a fio para só agora poderem vislumbrar uma luz no fim do túnel, correm o risco de ficar "a ver navios", haja vista a firme disposição do governo federal de receber o "seu" primeiro. Um verdadeiro escárnio em relação àqueles que já sofreram bastante. Voltamos ao tempo do Brasil Colônia, quando a coroa portuguesa queria, a todo custo, que lhe fossem pagos os impostos devidos. O governo se vale daquela máxima: farinha pouca, meu pirão primeiro."
Floro Sant'ana de Andrade Neto (Boa Vista, RR)

Incineração
"Fiquei horrorizado ao ler em 28/7 a notícia sobre a incineração de espécimes científicos no Rio de Janeiro. Sou curador da coleção de mamíferos do Museu de Zoologia da USP e isso já me aconteceu. Foram oito crânios que emprestei a um zoólogo uruguaio para estudo. Ao retornar, o material acabou sendo incinerado. Destaco que esse material era brasileiro, de propriedade do Estado de São Paulo. Um colega, também curador aqui no museu, recebeu um telefonema sobre o material, mas, em questão de horas, os espécimes foram incinerados. Pertenciam a uma espécie raramente representada nas coleções em todo o mundo. Se a lei determina a incineração de todo e qualquer material biológico, essa lei é estúpida. Os funcionários que procederam à incineração não deram chance nenhuma a que explicações adicionais fossem fornecidas e a que o material pudesse ser salvo. Esse tipo de transporte de material, acompanhado dos devidos formulários e autorizações, é procedimento corriqueiro no estudo da biodiversidade."
Mario de Vivo, curador no Museu de Zoologia da USP (São Paulo, SP)

Site
"Em relação ao texto "PT vende "Che" e camisa de futebol" (Brasil, 30/7), gostaria de esclarecer que a Miracula (ver o site www.miracula.com.br) é uma empresa de comércio eletrônico com posição de liderança no Brasil. A "Lojinha do PT", que foi feita em 9 de agosto de 2002, utiliza a tecnologia Miracula e é um "case" de sucesso mundial devido à sua segurança, organização de dados, rapidez e eficiência. Seu principal foco é vender produtos -e todas as compras são registradas em banco de dados relacional, que permite completa e transparente auditoria. A Miracula fornece o mesmo sistema de comércio eletrônico para o programa Unesco/ Criança Esperança, o WWF, o Projeto Tamar, os Doutores da Alegria, a Harley Davidson e até para a torcida Gaviões da Fiel, do Corinthians, entre 400 clientes. O sucesso, de repercussão internacional, fez com que o PV, o PMDB, o PSDB e até o PFL nos procurassem para avaliar a tecnologia Miracula a fim de desenvolver iniciativas semelhantes à da Lojinha do PT. A Miracula não tem nenhum contexto partidário ou político e, nos seus cinco anos de vida, tem orgulho de representar com dignidade e excelência a nascente indústria tecnológica genuinamente brasileira."
Eduardo Forner, presidente e fundador (São Paulo, SP)

Saúde
"Em relação à reportagem "Hospitais e clínicas não aderem a boicote" (Cotidiano, pág. C1, 30/7), o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo esclarece que, apesar de os estabelecimentos de saúde -hospitais, clínicas e laboratórios- não poderem aderir ao boicote por questões jurídicas, este sindicato apóia a justa reivindicação do movimento médico pela implantação da CBHPM -Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos. Da forma como o texto foi redigido, tem-se a impressão errônea de que os estabelecimentos de saúde e os médicos estão em posições contrárias e não lutam pela mesma causa: remunerações justas e atendimento de saúde digno e de qualidade para os usuários de planos de saúde."
Dante Montagnana, presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)


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