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Antes tarde
O
VOLUME de crédito doméstico saltou de 21,9%
do PIB em abril de 2003
para 32,3% do PIB em junho de
2007. Essa expansão foi liderada
pelas pessoas físicas, que absorviam 38% dos empréstimos e
passaram para 49% no período
-consideradas as modalidades
em que o Estado não determina
as taxas de juro.
No primeiro semestre deste
ano, o crédito às famílias continuou crescendo mais rapidamente que o empresarial. As
grandes companhias acessaram
outras fontes de financiamento,
como emissões de ações e títulos
de dívida. De 2004 a 2006, o valor anual dessas operações mais
que quadruplicou, passando a R$
122 bilhões. Até 25 de julho, o
montante das captações de 2007
já chegava a R$ 73 bilhões.
Há indicações, no entanto, de
que as grandes empresas voltaram a tomar crédito bancário. A
média diária de contratação de
empréstimos com juros flutuantes, dirigidos sobretudo às grandes corporações, cresceu 15,9%
em junho, chegando a R$ 982
milhões.
O estoque desses empréstimos
avançou 2,5% no mês e atingiu
R$ 66,5 bilhões. A maioria das
operações está indexada à taxa
do CDI (instrumento usado pelos bancos para emprestar dinheiro entre si), que segue a Selic, fixada pelo Banco Central.
A redução dos juros e a expansão do mercado de capitais vão
provocando o que a concorrência bancária já deveria ter propiciado há muito tempo. Os bancos
entenderam que as operações da
chamada finança direta (ações,
debêntures etc.) são uma ameaça
a um filão de mercado, o crédito
corporativo, no qual até havia
pouco atuavam à vontade para
praticar taxas extorsivas. Antes
tarde do que nunca.
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