São Paulo, terça-feira, 31 de julho de 2007

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Antes tarde

O VOLUME de crédito doméstico saltou de 21,9% do PIB em abril de 2003 para 32,3% do PIB em junho de 2007. Essa expansão foi liderada pelas pessoas físicas, que absorviam 38% dos empréstimos e passaram para 49% no período -consideradas as modalidades em que o Estado não determina as taxas de juro.
No primeiro semestre deste ano, o crédito às famílias continuou crescendo mais rapidamente que o empresarial. As grandes companhias acessaram outras fontes de financiamento, como emissões de ações e títulos de dívida. De 2004 a 2006, o valor anual dessas operações mais que quadruplicou, passando a R$ 122 bilhões. Até 25 de julho, o montante das captações de 2007 já chegava a R$ 73 bilhões.
Há indicações, no entanto, de que as grandes empresas voltaram a tomar crédito bancário. A média diária de contratação de empréstimos com juros flutuantes, dirigidos sobretudo às grandes corporações, cresceu 15,9% em junho, chegando a R$ 982 milhões.
O estoque desses empréstimos avançou 2,5% no mês e atingiu R$ 66,5 bilhões. A maioria das operações está indexada à taxa do CDI (instrumento usado pelos bancos para emprestar dinheiro entre si), que segue a Selic, fixada pelo Banco Central.
A redução dos juros e a expansão do mercado de capitais vão provocando o que a concorrência bancária já deveria ter propiciado há muito tempo. Os bancos entenderam que as operações da chamada finança direta (ações, debêntures etc.) são uma ameaça a um filão de mercado, o crédito corporativo, no qual até havia pouco atuavam à vontade para praticar taxas extorsivas. Antes tarde do que nunca.


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