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Editoriais
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TV que não pega
LANÇADA EM 2007 pelo governo como se fosse uma espécie de versão brasileira da
BBC, a TV Brasil já perdeu 6 dos
seus 15 conselheiros originais
em pouco mais de um ano e
meio. Coincidentemente, a TV
criada por Lula acabou de ganhar
uma nova identidade visual, que,
segundo comunicado da emissora, dará "uma cara moderna e
atual" ao logotipo. Mas pouca
gente ficou sabendo, dado o exíguo alcance do canal.
A TV Brasil integra a EBC
(Empresa Brasil de Comunicação), que tem Orçamento de R$
350 milhões por ano e abarca nove rádios e duas outras emissoras, além de seu carro-chefe.
O governo queria, com a EBC,
criar uma grande rede pública
nacional. Após a saída de três diretores vinculados ao Ministério
da Cultura, o controle ficou nas
mãos da Secretaria de Comunicação, do ministro Franklin
Martins. A TV que se queria pública é antes de mais nada um cabide de empregos.
O lance mais recente da novela
da emissora foi o anúncio feito à
Folha pelo presidente do conselho curador, Luiz Gonzaga Belluzzo, de que entregará o cargo.
Antes dos problemas políticos,
a empresa padece de irrelevância
técnica. Tem alcance muito restrito pela rede aberta, funcionando basicamente para clientes
de operadoras de TV por assinatura. Segundo a emissora, muitos espectadores assistem à programação por antena parabólica,
o que também serve como justificativa para não divulgar dados
sobre audiência.
O fato é que a TV Brasil já começou mal, através de uma medida provisória, em vez do encaminhamento por projeto de lei.
Tem 15 "representantes da sociedade civil" em seu conselho,
todos nomeados pelo presidente
Lula. Os vícios de origem e o retumbante fracasso de audiência
recomendam que a TV seja fechada -antes que se desperdice
mais dinheiro do contribuinte.
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