São Paulo, Sábado, 31 de Julho de 1999
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Semana da família

LUCIANO MENDES DE ALMEIDA

O mês de agosto tem oferecido às comunidades, a cada ano, a ocasião de refletir sobre as diversas vocações na vida cristã. É, assim, um período em que muitos jovens são auxiliados a perceber o apelo de Deus e a escolher o caminho para realizar-se como pessoa humana e assumir a sua missão na Igreja e na sociedade.
Além da profissão, muito importa a opção pelo estado de vida. Em nossos dias, Deus continua chamando jovens à vocação sacerdotal e religiosa.
É dentro desse período de discernimento espiritual que se celebra a Semana da Família (8 a 14 de agosto).
Hoje, mais do que noutras épocas, é preciso dar à família o valor que merece, seja colaborando na formação dos noivos, seja garantindo as condições espirituais e materiais para desenvolvimento da vida conjugal e familiar.
Compreendemos que a doação conjugal, elevada ao nível de sacramento, requer uma adequada preparação que capacite os noivos a superar as dificuldades e a crescer no amor, vencendo as muitas influências negativas de uma sociedade que parece não mais acreditar na verdade do casamento e da família.
Para os cristãos, a vida conjugal é caminho de santificação, num aperfeiçoamento da vivência do amor, do acolhimento da vida, na correção das próprias deficiências e no constante exercício de fazer o outro feliz, estendendo essa experiência para toda a família.
Diante de uma legislação civil que admite o divórcio e desconhece a estabilidade do lar, cabe aos cristãos testemunhar a força do amor, da doação recíproca e do esforço cotidiano para fortalecer a própria vida conjugal e familiar.
Nesta semana em que promovemos a família, é necessário reconhecer exemplos de dedicação, de generosidade dos que, confiantes em Deus e no mútuo apoio, conseguem enfrentar os desafios e dar provas de fidelidade, compreensão e concórdia.
Ao pensarmos na promoção da vida conjugal, torna-se urgente unir esforços para assegurar uma política de emprego, de habitação e auxílio para a educação dos filhos. Aqui fica também um apelo para a qualidade dos programas televisivos, evitando a violência e desmandos de ordem moral que tanto afetam a família.
Nesse tempo em que pedimos a Deus pelo fortalecimento da vida familiar, não nos esqueçamos das crianças, adolescentes e idosos que carecem de um lar.
Quando o desemprego atinge tantas pessoas e a pobreza assume proporções dramáticas, precisamos todos organizar as comunidades e os movimentos populares para encontrar soluções rápidas para alimentação, remédios e gastos indispensáveis à família como água, gás e luz.
A pastoral familiar procura levar conforto aos migrantes, refugiados e aos grupos cada vez maiores de pessoas que sobrevivem na rua. Perseverem as comunidades no atendimento aos presos e às suas famílias, empenhando-se por condições mais humanas nas delegacias e presídios.
Deus há de abençoar aqueles que sabem se unir e abrir o coração às necessidades de seus irmãos.


D. Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna.



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