São Paulo, sexta-feira, 31 de agosto de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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FGTS
"A respeito da reportagem "FGTS perde 29% para a inflação desde 91" (Dinheiro, 25/8), gostaria de prestar os seguintes esclarecimentos aos leitores.
A notícia em questão afirma, de forma equivocada, que a remuneração paga aos titulares de conta no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é corrigida somente pela variação da Taxa Referencial (TR). O texto informa também que, segundo cálculos de uma ONG especializada em informações sobre o fundo, a remuneração paga aos contistas teria registrado, no período de 1991 até julho deste ano, perda de 28,7% em comparação ao INPC, que teve variação de 41,7%.
Na verdade, a remuneração paga ao trabalhador titular de conta no FGTS, prevista na lei 8.036/90, é composta pela variação da TR mais a taxa de juros de 3% ao ano. Ao se proceder a este cálculo, com base na série histórica disponibilizada pela Caixa Econômica Federal (agente operador do FGTS), verificamos que o pagamento dos trabalhadores no período referido se revelou 28,28% superior ao índice de inflação medido pelo INPC.
Há mais de 40 anos o FGTS tem sido uma alavanca importante para o desenvolvimento econômico e social do país, disponibilizando recursos para o financiamento da habitação popular e de obras de saneamento básico que geram milhares de empregos e beneficiam diretamente as famílias de baixa renda. Somente no governo Lula, o FGTS investiu um total de R$ 31,2 bilhões em mais de 1,1 milhão de operações de financiamento, gerando 3,2 milhões de empregos e beneficiando 52 milhões de brasileiros."
CARLOS LUPI , presidente do Conselho Curador do FGTS e ministro do Trabalho e Emprego (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Marcos Cézari - Os cálculos da ONG Instituto FGTS Fácil comparam apenas a TR com o INPC, sem juros. O cálculo do ministro desequilibra a balança, uma vez que ele acrescenta os juros anuais de 3% apenas sobre a TR, mas não faz a mesma operação sobre o INPC. Sem os juros, a TR deu perda, sim, aos trabalhadores se comparada ao INPC.

"Jornal da Globo"
"É falsa e ultrajante a nota "Capacete" (Ilustrada, 30/8), segundo a qual trocamos agressões físicas durante uma discussão na redação do "Jornal da Globo".
Também são falsos os motivos que teriam levado à falsa agressão.
Lamentamos a falta de zelo com a apuração jornalística do autor da nota em questão, que a publicou mesmo tendo ouvido da Central Globo de Comunicação que a nota era incorreta. Pedimos retratação a esta Folha".
ERICK BRÊTAS , editor-chefe do "Jornal da Globo", e WILLIAM WAACK, editor e apresentador do "Jornal da Globo" (São Paulo, SP)

Mensalão
"O ilustre e culto ministro Ricardo Lewandowski -a se confirmarem suas declarações sobre a "faca no pescoço do STF'- deve se declarar impedido para continuar julgando os réus do mensalão ("Supremo votou com a faca no pescoço, afirma Lewandowski", Primeira Página, 30/8).
E os brasileiros devem atentar para a importância de termos no Supremo Tribunal Federal mais magistrados oriundos da carreira, desde a primeira instância, e menos magistrados indicados por critérios político-partidários."
ROGÉRIO MEDEIROS GARCIA DE LIMA , juiz de direito (Belo Horizonte, MG)

"Como juiz de direito, fiquei estarrecido ao acompanhar a completa violação à intimidade do ministro Ricardo Lewandowski que vem sendo realizada pela mídia nos últimos dias. Primeiro, a violação à sua correspondência eletrônica particular. Agora, a violação a uma conversa telefônica privada.
A nobre jornalista ouviu parte de conversa telefônica particular feita pelo ministro para, a partir daí, tirar conclusões acerca do teor de tal diálogo. Há clara violação a direito individual do ministro, o que, a meu ver, não se coaduna com a usual linha de jornalismo adotada por este periódico. Lamentável."
BRUNO PAES STRAFORINI , juiz de direito (Adamantina, SP)

Promotor assassino
"Fiquei perplexo com a manutenção do promotor Thales Ferri Schoedl nessa instituição chamada Ministério Público, que tanto tem feito para que aconteça a justiça. A instituição foi dominada pelo corporativismo.
Um de seus membros assassinou brutalmente um jovem com 12 tiros e ainda se fala em "legítima defesa".
Quantas vezes participei de júri e vi vários promotores pedirem a condenação de réus que executaram sumariamente vítimas. Nota zero para essa instituição, que demonstrou que nela também há, infelizmente, podridão."
JOSÉ ROBERTO DA GUIA AZEVEDO , padre, bacharel em direito (Votorantim, SP)

"Será que a OAB-SP também vai se "cansar" com o Ministério Público paulista por ter efetivado o assassino Thales Ferri Schoedl como promotor de Justiça?"
MARCELO HOLTZ (Avaré, SP)

Delfim Netto
"A entrevista com Delfim Netto (Brasil, 29/8) revela muito sobre o caráter de tantos que exerceram o poder durante ditaduras.
Segundo o ministro, que subscreveu o AI-5, nunca se discutiu a repressão... nem quando se assinava um ato ditatorial como o AI-5. Os responsáveis, seriam os outros.
Os argumentos são os mesmos, mutatis mutandis, usados por Alfred Speer, arquiteto do Terceiro Reich. Segundo Delfim, que sejam responsabilizados outros.
Talvez nunca se saiba quem torturou quem nos porões. Mas quem participou, publicamente, da formulação ditatorial, quem assinou um ato institucional, esse ficará na história, de forma apropriada, como responsável. Mesmo que não queira."
PEDRO PAULO A. FUNARI , coordenador-associado do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp (Campinas, SP)

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