São Paulo, domingo, 31 de agosto de 2008

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Editoriais

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Inspeção em xeque

COM MUITO atraso, a inspeção veicular obrigatória começa a ser implantada na cidade de São Paulo. Esse instrumento elementar de combate à poluição do ar requer que todos os proprietários submetam seus automóveis a testes de emissão de gases. Veículos que extrapolem os índices máximos deverão ser reparados e submetidos a novo exame. O motorista que não obtiver o selo de aprovação estará sujeito a multa e não poderá renovar a licença do automóvel.
A implantação da medida, contudo, encontra grandes dificuldades. O programa começou em maio, mas a própria empresa responsável pela checagem estima que apenas 20% dos veículos que deveriam ter sido submetidos à inspeção até 29 de julho compareceram. Some-se a isso estimativa de especialistas para a frota clandestina em São Paulo, de cerca de 30%, e tem-se um horizonte no mínimo incerto.
A inspeção paulistana estava prevista em lei municipal desde 1995 -há 13 anos, portanto. A razão do atraso foram problemas jurídicos ligados à contratação de uma concessionária para realizar o serviço.
Iniciado o controle, ficou evidente o desleixo com a manutenção ligada às emissões e comprovou-se que há margem enorme para a diminuição de poluentes. Entre os veículos inspecionados -nesta primeira etapa, apenas os movidos a diesel foram convocados- 45% foram reprovados.
As grandes cidades brasileiras, São Paulo em especial, não deveriam perder essa oportunidade de melhorar a qualidade do ar respirado por seus habitantes. Isso sem contar as vantagens econômicas: onde foi implantada, a inspeção veicular rotineira e obrigatória ajudou a reduzir o consumo de combustível.
Mas, além de não esmorecer com as vistorias, as autoridades deveriam combater a frota irregular. Sem isso, a eficácia do processo ficará comprometida.


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