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Inspeção em xeque
COM MUITO atraso, a inspeção veicular obrigatória começa a ser implantada na
cidade de São Paulo. Esse instrumento elementar de combate à
poluição do ar requer que todos
os proprietários submetam seus
automóveis a testes de emissão
de gases. Veículos que extrapolem os índices máximos deverão
ser reparados e submetidos a novo exame. O motorista que não
obtiver o selo de aprovação estará sujeito a multa e não poderá
renovar a licença do automóvel.
A implantação da medida, contudo, encontra grandes dificuldades. O programa começou em
maio, mas a própria empresa
responsável pela checagem estima que apenas 20% dos veículos
que deveriam ter sido submetidos à inspeção até 29 de julho
compareceram. Some-se a isso
estimativa de especialistas para a
frota clandestina em São Paulo,
de cerca de 30%, e tem-se um horizonte no mínimo incerto.
A inspeção paulistana estava
prevista em lei municipal desde
1995 -há 13 anos, portanto. A razão do atraso foram problemas
jurídicos ligados à contratação
de uma concessionária para realizar o serviço.
Iniciado o controle, ficou evidente o desleixo com a manutenção ligada às emissões e comprovou-se que há margem enorme
para a diminuição de poluentes.
Entre os veículos inspecionados
-nesta primeira etapa, apenas
os movidos a diesel foram convocados- 45% foram reprovados.
As grandes cidades brasileiras,
São Paulo em especial, não deveriam perder essa oportunidade
de melhorar a qualidade do ar
respirado por seus habitantes.
Isso sem contar as vantagens
econômicas: onde foi implantada, a inspeção veicular rotineira
e obrigatória ajudou a reduzir o
consumo de combustível.
Mas, além de não esmorecer
com as vistorias, as autoridades
deveriam combater a frota irregular. Sem isso, a eficácia do processo ficará comprometida.
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