|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FERNANDO RODRIGUES
Massacre na TV
BRASÍLIA - Daqui a um ano, em
31 de outubro de 2010, um domingo, será realizado o segundo turno
da eleição presidencial -caso nenhum candidato tenha obtido pelo
menos 50% mais um dos votos válidos na primeira rodada.
Com tanto tempo pela frente, é
impossível e uma irresponsabilidade prever resultados. Em todas as
eleições presidenciais brasileiras
recentes só havia incógnitas 12 meses antes do pleito.
Feita a ressalva, vale registrar a
consolidação crescente do condomínio lulo-petista a favor de Dilma
Rousseff. Ao mesmo tempo, vai ficando emparedada a oposição com
a trinca PSDB, Democratas e PPS.
No terceiro pelotão das composições eleitorais estão as candidaturas isoladas de Ciro Gomes (PSB) e
de Marina Silva (PV).
Hoje, Dilma teria a seu favor PT,
PMDB, PDT, PR, PRB e PC do B.
Com essa configuração, a candidatura petista ao Planalto já garante
50% a mais de tempo de rádio e de
TV do que o seu opositor direto, seja ele José Serra ou Aécio Neves.
O eleitor brasileiro ainda se informa de maneira geral pela TV ou
rádio. A mídia impressa é para a elite. A internet permanece em fase de
crescimento. Em resumo, ter mais
tempo no horário eleitoral não garante vitória a ninguém. Mas é um
obstáculo grande ficar sem um espaço confortável nessa janela de comunicação direta com os cidadãos.
Esse é o ponto principal a nortear
toda a estratégia de alianças comandada por Lula e pelo PT.
Em eleições anteriores, sempre
algum candidato presidencial teve
prevalência em relação aos demais
no tempo de TV. A diferença em
2010 é que a superioridade de um
dos lados tende a ser avassaladora
como nunca se viu.
Nas contas do PT, Dilma Rousseff
terá de 60% a 70% do horário eleitoral. É um rolo compressor, embora não se saiba como a candidata de
Lula usará tanto tempo assim na
frente dos brasileiros.
frodriguesbsb@uol.com.br
Texto Anterior: São Paulo - Fernando de Barros e Silva: O exemplo de Celso Furtado Próximo Texto: Rio de Janeiro - Ruy Castro: O humor homicida Índice
|