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Funarte alega cor da pele e barra projeto de dança
Criação de negros tem representante branco
A Funarte, ligada ao Ministério da Cultura, recusou-se a receber o projeto de dez negros que, sob direção do dançarino Irineu Nogueira, tentaram inscrever o espetáculo "Afro Xplosion Brasil" no Prêmio Funarte de Arte Negra, cujo prazo de inscrição termina na segunda.
Ana Claudia Souza, diretora do Centro de Programas Integrados (CEPIN) da Funarte, disse à Folha que o grupo foi vetado porque está sendo representado pela Cooperativa Paulista de Dança, cujo presidente, o bailarino Sandro Borelli, é branco.
O edital diz que, no caso de representações por pessoas jurídicas, só estão aptas a participar do prêmio "instituições privadas cujo representante legal, no ato da inscrição, se autodeclare negro".
Ela diz também que os proponentes podem se inscrever como pessoas físicas.
Nogueira considera "absurdo" o veto. "Não estou contra a Funarte, estou contra a concepção deste edital que, no afã de fazer uma reparação histórica, não tomou os cuidados para redigir o projeto com cuidado", diz.
Segundo ele, a opção de se inscrever pela cooperativa evitaria o desconto de IR de 27,5 %, que seriam abatidos do orçamento de R$ 150 mil.
Segundo Souza, o texto do edital poderá ser rediscutido em suas próximas edições.