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Dilma copia Campos e diz ser possível 'fazer cada vez mais'

Propagandas na TV buscam neutralizar discurso do possível rival em 2014

Comerciais produzidos pelo marqueteiro João Santana foram ao ar pela 1ª vez ontem e também têm participação de Lula

FERNANDO RODRIGUES DE BRASÍLIA

Com o objetivo de neutralizar o discurso do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), a presidente Dilma Rousseff decidiu adotar na TV o slogan "é possível fazer mais".

A frase pronunciada por Dilma é praticamente a mesma repetida nos últimos meses por Campos, possível adversário da petista na corrida ao Palácio do Planalto em 2014.

Desde ontem, o PT começou a veicular quatro propagandas de 30 segundos nos intervalos comerciais das TVs

Os filmes serão transmitidos ainda no dia 30 deste mês e nos dias 2 e 4 de maio. Ao todo, serão 40 inserções na programação nacional de todas as emissoras.

O "é possível fazer mais" foi repetido por Campos -pelo menos oficialmente ainda é aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma- no programa de TV nacional do PSB veiculado na quinta-feira. O slogan tenta transmitir a ideia de que o Brasil está indo bem, mas há como melhorar.

No caso de Dilma, ela aparece interagindo com Lula em um dos comerciais petistas. "Os brasileiros já aprenderam", diz o ex-presidente, "que é possível ter sempre mais", completa ela.

Mais adiante, após o comercial mencionar que os brasileiros já têm "geladeira, a casinha, o carro" e "o curso médio, a universidade, depois, o doutorado no exterior", Dilma diz na tela: "É possível fazer cada vez mais".

A única nuança entre o slogan de Campos e o de Dilma é que ela inclui um "cada vez" na sua frase. É uma estratégia do marqueteiro João Santana, contratado pelo PT para fazer o lote de comerciais.

A lógica de Santana é que o discurso de Campos tem alguma eficácia, ao se mostrar como algo novo e que pode avançar sobre conquistas do país. Era assim que o PT se apresentava no passado.

A tática do marqueteiro indica que o PT, para continuar no poder, terá de penetrar no imaginário do eleitor como o partido mais habilitado a fazer "cada vez mais".

Há também a presença marcante de Lula nos quatro comerciais, até porque os filmes são para celebrar os dez anos do PT no comando do governo federal, completados em janeiro.

Nota-se a tentativa do marqueteiro de buscar alguma linguagem diferente da tradicional. Evita usar só as caras de políticos na tela da TV.

Em um filme, imagens de Lula e de Dilma se projetam sobre corpos despidos. Os dois dizem: "Nosso Brasil vai ser cada vez mais o Brasil de todos os brasileiros".

Num outro comercial é usada uma técnica de computação gráfica conhecida como "morphing". O recurso permite sobrepor imagens de várias pessoas enquanto suas faces vão se fundindo na tela, com naturalidade.

O comercial com pegada mais eleitoral mostra pessoas correndo e saltando "obstáculos" cenográficos: palavras como "atraso", "miséria" e "discriminação". Dilma Rousseff é apresentada como a presidente que "ampliou o Bolsa Família" e está "moralizando o setor público".

Ao final, aparecem pessoas com bandeiras do Brasil e do PT enquanto o locutor diz: "O governo Dilma prepara o segundo grande salto brasileiro. O salto mais definitivo da nossa história". Fica subentendido que a referência é à possível campanha de reeleição de Dilma, em 2014.


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