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Dilma recebe vaias de ruralistas em MS

Após manifestação contra demarcação de terras indígenas, presidente afaga manifestantes: 'Democracia é isso'

Só crescimento do PIB não basta, diz petista, que promete reforçar a educação com os royalties do pré-sal

LUIZA BANDEIRA ENVIADA ESPECIAL A CAMPO GRANDE

Durante ato em Campo Grande em que recebeu vaias de ruralistas em protesto contra a demarcação de terras indígenas, a presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que não basta o crescimento da economia para o país se tornar uma nação desenvolvida.

"Se falarem pra vocês que é só o PIB crescer, acreditem parcialmente. [...] Tem uma coisa sem a qual não daremos nem um salto e nenhum passo à frente, e essa coisa chama-se educação", discursou a petista em sua primeira visita ao Estado após eleita.

A presidente começou a ser vaiada assim que seu nome foi anunciado no alto-falante pelo locutor do evento. Gritos de "demarcação não" se repetiram enquanto Dilma entregava chaves de ônibus escolares a 78 prefeitos do Estado.

Constrangido, o governador André Puccinelli (PMDB) chegou a ir ao microfone pedir "respeito" à presidente. Em discurso, Dilma afagou os manifestantes: "Ô gente, eu acho bom vocês gritarem. Democracia é isso".

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Eduardo Riedel, classificou a situação fundiária no Estado como "panela de pressão". Ele pediu que a Funai (Fundação Nacional do Índio) suspenda demarcações de terra enquanto o Judiciário não julga a questão.

Segundo Riedel, havia mil ruralistas na cerimônia --o governo do Estado fala em público total de 2.000 pessoas. O Planalto já havia avisado à presidente que haveria protestos. Um assessor chegou a conversar com o grupo antes da visita.

Nem mesmo o anúncio de benesses para a região quebrou o clima hostil do evento, já que neste momento a petista chamou "Mato Grosso do Sul" de "Mato Grosso", o que lhe rendeu novas vaias. "Mato Grosso do Sul. Vocês me desculpem", corrigiu-se Dilma. Em 2005, ainda ministra, ela já havia cometido a mesma gafe em visita ao município de Sidrolândia (MS).

ROYALTIES

Apesar do ambiente pouco receptivo, a petista aproveitou sua fala para celebrar mudanças nos últimos dez anos de governo --tempo que o PT ocupa a Presidência-- e provocar a oposição, que usa o fraco desempenho da economia para lhe fazer ataques.

Nesse momento, a presidente fez menção à necessidade de priorizar a educação no país.

No discurso, ela anunciou que o governo enviará ao Congresso nova proposta para destinar os recursos dos royalties do pré-sal exclusivamente para a área.

A medida provisória atual não foi votada pelo Congresso Nacional e vai perder a validade em breve. Deputados e senadores se manifestaram contra a ideia no passado.


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