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No Rio, Comissão da Verdade ouve militares perseguidos na ditadura

Grupo que apura crimes do regime fez audiência pública ontem

MARCO ANTÔNIO MARTINS DO RIO

Em 27 de março de 1964, o fuzileiro naval Paulo Novaes Coutinho foi enviado ao Sindicato dos Metalúrgicos, no centro do Rio, com a missão de desalojar marinheiros que ocupavam o prédio.

Ao chegar, diz, ele e outros 22 fuzileiros tomaram a decisão que surpreendeu o Comando da Marinha: jogaram no chão os fuzis e se recusaram a atirar contra os colegas.

O gesto foi visto como uma afronta pelos militares, que dias depois tomariam o poder, e significou para os 23 fuzileiros mais de 100 dias de prisão e a perseguição durante todo o governo militar.

Passadas quase cinco décadas, Novaes esteve ontem na ABI (Associação Brasileira de Imprensa), no Rio, para contar sua história na primeira audiência pública realizada pelas comissões da verdade Nacional e do Rio para apurar casos de militares perseguidos pela ditadura (1964-1985).

Um grupo de trabalho criado na Comissão Nacional da Verdade calcula que 7.488 militares foram perseguidos e outros 30, mortos.

A audiência foi motivada pelo depoimento do brigadeiro Rui Moreira Lima, em 2012, no qual ele relatou as perseguições e prisões que sofreu.

"O termo ditadura militar esconde essa situação paradoxal de militares que foram perseguidos e acabaram estigmatizados como traidores ou desertores", disse Wadih Damous, presidente da Comissão da Verdade do Rio.


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