Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Contra medida, estivadores fazem greve
Sindicatos querem ser os responsáveis pela contratação de mão de obra tanto em portos públicos quanto em privados
Operadoras ameaçam ir à Justiça contra a greve de trabalhadores convocada ontem, que consideram 'abusiva'
Estivadores de dois dos principais portos do país -Santos (SP) e Paranaguá (PR)- fizeram greve ontem contra a medida provisória dos portos do governo Dilma.
Uma greve por tempo indeterminado convocada pelas três federações nacionais de trabalhadores portuários começou às 13h de ontem.
Para as entidades, a medida provisória que regulamenta o setor torna os portos privados mais vantajosos que os públicos, o que ameaçaria os seus postos de trabalho.
No porto de Santos, os estivadores se recusaram a movimentar as cargas.
A estimativa era que de 9 a 15 navios ficaram parados ontem. Representantes dos trabalhadores e das empresas não tinham um cálculo sobre prejuízos econômicos decorrentes da paralisação.
Em Paranaguá, os 17 navios que estavam atracados ontem ficaram parados. A maioria deles carregava soja, milho e açúcar. Há outros 101 na fila para atracar.
Somente a operação dos navios foi afetada. Os caminhões continuaram descarregando normalmente nos terminais de cargas.
Operadoras informaram que vão recorrer à Justiça para interromper a greve, que consideram "abusiva".
No Rio, os trabalhadores anunciaram um estado de alerta, enquanto aguardavam a votação no Congresso.
À frente dos atos, a Força Sindical, liderada pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, defendeu que os trabalhadores dos portos privados seguissem o regime de contratação dos públicos -da qual os sindicatos participam.
Após reunião com o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), representantes de outras centrais assinaram um documento de apoio ao governo.
A CUT (Central Única dos Trabalhadores), a UGT (União Geral dos Trabalhadores), a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e a Nova Central Sindical descartaram aderir à greve.