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Relatório da PF afirma que governo do Acre era 'leniente' com fraudes
Governador diz que apoia ação da polícia contra irregularidades
O governo do Acre, comandado por Tião Viana (PT), era "leniente" com as empresas que participaram de supostas fraudes em licitações, diz relatório da Polícia Federal entregue à Justiça e ao qual a Folha teve acesso.
Na sexta-feira, a PF deflagrou operação que prendeu funcionários públicos e empresários suspeitos de fraudar licitações no Estado. Entre os detidos estavam o secretário de Obras, Wolvenar Camargo, e um sobrinho do governador, Tiago Viana Paiva, diretor de Análises Clínicas da Secretaria de Saúde.
Em diálogo gravado pela PF em 5 de dezembro de 2012, Wolvenar fala da obra de um hospital orçada em R$ 51 milhões e cobra que os empresários se organizem para escolher o vencedor antes da licitação. O relatório afirma que a "existência do cartel é reconhecida pelo próprio secretário de Obras do governo do Estado do Acre".
De acordo com o relatório, empresas de fora do Estado foram inabilitadas na disputa e que consórcios foram proibidos de participar.
Para os policiais responsáveis pelo relatório, essa foi uma "forma de restringir a concorrência".
Segundo a assessoria de imprensa do governo do Acre, o Estado está levantando informações antes de se pronunciar oficialmente sobre o caso. A assessoria disse que o governador está "tranquilo e confiante na Justiça".
Em nota oficial divulgada na semana passada, Viana disse "expressar irrestrito apoio a toda e qualquer ação da polícia judiciária ao combate de ilicitude de natureza funcional ou material".
Os advogados de Tiago Viana Paiva e Wolvenar Camargo não retornaram os telefonemas da reportagem.