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Inquérito sobre patrimônio leva primeira-dama à prisão

Ministério Público acusa mulher do prefeito de Limeira de lavagem de dinheiro

Dois filhos do casal também foram detidos em operação que apura incompatibilidade entre bens e renda

MARÍLIA ROCHA
ENVIADA ESPECIAL A LIMEIRA (SP)

A primeira-dama de Limeira (151 km de SP), Constância Félix, dois filhos dela e mais nove pessoas foram presas ontem sob suspeita de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e sonegação fiscal.

A operação, comandada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público em Piracicaba com apoio da Polícia Militar, integra uma investigação que apura a incompatibilidade entre as posses e os ganhos das pessoas presas ontem.

Segundo levantamento dos promotores, ao todo, os membros da suposta quadrilha possuem R$ 21 milhões em imóveis e bens.

"Nossa suspeita é que essas propriedades não sejam fruto das atividades regulares dessas pessoas", disse Luiz Alberto Bevilaqua, promotor que atua no caso.

De acordo com ele, Constância, mulher do prefeito Silvio Félix (PDT), é proprietária de uma holding de cinco empresas que podem ser de fachada e com registro em nome de laranjas.

"Uma das empresas, de produção de imagem e som, pertence a duas pessoas que não teriam a mínima condição de fazer essa produção, um pedreiro e um marceneiro", disse Bevilaqua.

Mauricio Félix da Silva e Murilo Félix, filhos do prefeito, também constam como proprietários de algumas das empresas investigadas.

Constância tinha cargo na chefia de gabinete da quarta-vice-presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo e foi exonerada ontem pelo deputado estadual Rafael Silva (PDT).

PREFEITO

Segundo Bevilaqua, a prisão temporária dos investigados serve para evitar influência dos donos das empresas sobre os funcionários e que os suspeitos fizessem viagens sem prestar esclarecimentos.

Até o momento, a investigação não indicou desvio de dinheiro público nem a participação do prefeito, de acordo com os promotores.

"No primeiro momento em que houver indício de envolvimento do prefeito, encaminharemos o caso para a Procuradoria-Geral de Justiça", afirmou o promotor Cleber Rogério Masson.

As prisões têm prazo de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco. Além dos depoimentos, os promotores vão agora analisar documentos encontrados nas empresas, entre eles contratos com a administração de Campinas (93 km de São Paulo) e com o governo estadual.

Cinquenta imóveis do grupo estão embargados pela Justiça em Limeira e em outras cidades, como São Paulo. Segundo os promotores, a medida visa garantir que, se eles tiverem sido adquiridos com dinheiro público, os valores sejam devolvidos.

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