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País não pode ter medo da crise, diz Dilma

Em evento no Rio, presidente afirma que população não pode 'parar de consumir' e exorta empresários a investir

Na entrega do primeiro navio construído no âmbito do Promef, Dilma diz que país não vai exportar empregos

CIRILO JUNIOR
DENISE MENCHEN
DO RIO

A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem, em evento no Rio, que a crise europeia "não acaba nem em um e possivelmente nem em dois anos", mas declarou que o Brasil não deve se "atemorizar" diante dessa situação.

"Neste momento, o que nós temos que fazer diante da crise não é nos atemorizar, parar de consumir, parar de produzir. Ao contrário, o que nós temos que fazer [...] é avançar. E avançar significa melhorar a qualidade do serviço público do Brasil, garantir que o setor privado continue investindo e que o povo brasileiro continue consumindo", afirmou Dilma.

Em outubro de 2008, no início da recessão, o então presidente Lula disse que a crise nos EUA era "um tsunami, e aqui vai chegar uma marolinha". Com o agravamento da crise, ele foi à TV em dezembro pedir que a população seguisse consumindo.

As declarações de Dilma foram dadas ontem na inauguração da nova sede do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad, na zona portuária.

Mais tarde, na cerimônia de entrega do primeiro navio construído no âmbito do Promef (Programa de Modernização da Frota da Petrobras), ela disse que as encomendas da estatal continuarão sendo feitas no Brasil, para evitar que empregos sejam transferidos para outros países.

"Não vou permitir, como presidente da República, que a demanda por navios, sondas e plataformas que vai ocorrer nos próximos anos seja aproveitada por outros países. Não vamos exportar empregos", comentou.

Dilma alfinetou o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), ao lembrar da decadência da indústria naval. Classificou aquele período como um "momento terrível" para o setor, ao mencionar estaleiros que foram fechados. "Hoje, no Brasil, temos emprego. Na Europa, há desemprego", observou.

A cerimônia marcou a entrega do navio para transporte de derivados de petróleo batizado de Celso Furtado. A embarcação foi construída no estaleiro Mauá, em Niterói, região metropolitana do Rio. É o primeiro navio construído por um estaleiro nacional sob encomenda da Petrobras desde 1997. Ele é o primeiro das 49 encomendas previstas pelo Promef a ser entregue.

O programa, capitaneado pela Transpetro, foi lançado em 2005. Outras 12 embarcações estão sendo construídas.

Dilma defendeu medidas que mudem o país e disse que sua ascensão à condição de quinta potência do mundo está cada vez mais próxima.

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