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Índios invadem Funai após negativa de ministro

Gilberto Carvalho diz que líderes se recusaram a participar de nova reunião sobre usinas

DE BRASÍLIA

Um grupo de cerca de 150 indígenas invadiu ontem à tarde a sede da Funai (Fundação Nacional do Índio), em Brasília, depois que o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) se recusou a recebê-los.

O ato, pacífico, foi promovido por indígenas de quatro etnias (arara, xipaia, caiapó e mundurucu), prejudicadas pelas hidrelétricas de Belo Monte e do rio Tapajós, no Pará. Os índios exigem ter poder de veto a obras que sejam construídas em seus territórios. Eles prometeram passar a noite no local.

O grupo, no qual estão mulheres e crianças, é o mesmo que na terça da semana passada foi recebido por Carvalho. Eles afirmam que, na sexta, o ministro concordou em recebê-los novamente ontem, quando entregariam novo documento sobre como as usinas podem impactar seus territórios. Quando chegaram no Planalto, às 10h, contudo, Carvalho não os recebeu.

Em nota, a Secretaria-Geral disse que o ministro "aguardou por cerca de uma hora pela reunião", mas que as lideranças "recusaram-se a participar da reunião, limitando-se a protocolar um documento na Presidência".

"O ministro lamenta a perda desta oportunidade de diálogo, mas reafirma sua disposição de continuar em negociação com vistas a realizar um amplo processo de consulta prévia sobre os empreendimentos hidrelétricos", declarou a nota.

O comitiva indígena conta outra versão. Diz que Carvalho quebrou um acordo anterior e que só aceitou se reunir com dez pessoas, e não com todos os 150 índios, o que impediu a reunião. "O governo soltou uma nota mentirosa. Não foi isso que foi acordado. Isso [reunião com dez pessoas] ninguém aceita", disse Valdenir Mundurucu.

Segundo ele, a invasão na Funai teve diversos objetivos, dentre eles protestar contra a negativa de Carvalho e contra a atitude da Funai. "Ela defende mais a posição do governo do que a posição dos indígenas", afirma Valdenir.

Com a invasão, o grupo quer que a Funai lhes dê comida e transporte até o Pará. Valdenir diz que servidores Secretaria-Geral disseram que a volta deles não é mais responsabilidade da pasta.


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