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Índios obtêm suspensão de estudo de usinas

Decisão foi tomada após pesquisadores serem detidos por indígenas mundurucus

DE SÃO PAULO

O governo federal suspendeu todos os estudos para a construção de usinas hidrelétricas na bacia do rio Tapajós, na Amazônia, e vai se reunir com indígenas, em data ainda indefinida, para deliberar os parâmetros da consulta que será feita com eles sobre o assunto.

Duas funcionárias da Funai foram enviadas para apresentar a proposta aos índios da etnia mundurucu em Jacareacanga, cidade paraense na divisa com Amazonas e Mato Grosso, após três biólogos serem capturados pelos índios na sexta-feira.

Os pesquisadores foram soltos ontem à noite. Djalma Nóbrega, Luiz Peixoto e José Guimarães realizavam estudos de impacto ambiental na área para a construção da usina de Jatobá --os índios temem que suas terras sejam afetadas pela implantação dessa e outras hidrelétricas.

O trio é funcionário da Concremat, empresa subcontratada pelo Grupo de Estudo Tapajós, que analisa a construção de usinas na região.

Procurado, o grupo --formado por empresas como Camargo Corrêa, Eletrobras e GDF Suez, entre outras-- informou que vai cumprir a determinação do governo.

Os mundurucus se recusaram a devolver os equipamentos apreendidos com os biólogos e ameaçaram quem não cumprir a decisão.

"Vai ser responsabilidade do governo o que acontecer com qualquer pesquisador que aparecer na região", disse Valdenir Munduruku, porta-voz da etnia, por telefone.

Ele não considerou o recuo do governo uma vitória. "Seria se eles parassem de construir as usinas. Mas sabemos que eles vão querer construí-las e continuar fazendo os estudos."


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