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País em protesto

Constituinte foi barbeiragem do governo, diz Lula a aliados

Defensor da proposta, ex-presidente criticou maneira como ela foi articulada

Ideia lançada por Dilma para promover reforma política e dar uma resposta aos protestos acabou descartada

CATIA SEABRA MÁRCIO FALCÃO DE BRASÍLIA

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou com petistas da estratégia do governo Dilma Rousseff para dar uma resposta à onda de protestos pelo país. A aliados, Lula chamou de "barbeiragem" a articulação.

Antigo defensor da ideia, ele queixou-se da forma "atabalhoada" como foi gestada a proposta da convocação de uma constituinte exclusiva para discutir a reforma política, sem uma discussão prévia com o Congresso. Mais ainda, do recuo da iniciativa apenas um dia depois.

Ainda segundo petistas, Lula criticou especialmente a decisão de consultar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) sem que governistas, entre eles o vice-presidente Michel Temer (PMDB), fossem ouvidos.

Dentro do PT, a atuação dos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Aloizio Mercadante (Educação), que auxiliam Dilma, também tem sido objeto de reparos.

Após a onda de manifestações que tomou conta das ruas do país, Dilma propôs um pacto nacional que incluía, entre outros pontos, a convocação da constituinte para a reforma política. Menos de 24 horas depois recuou após reação do Congresso e de ministros do Supremo Tribunal Federal para quem a medida é inconstitucional.

O governo passou então a defender a ideia de um plebiscito para a reforma. Ontem Dilma fez três reuniões no Planalto com congressistas e presidentes de partidos aliados para discutir o tema.

A proposta de plebiscito também não agrada a aliados do ex-presidente. Na avaliação deles, a consulta é temerária: como cabe à Câmara elaborar as perguntas, nada impede que assuntos controversos como o fim da reeleição entrem no plebiscito.

Lula teria telefonado a Mercadante para externar sua insatisfação. A assessoria do Instituto Lula diz desconhecer o telefonema.

Na semana passada, a presidente foi a São Paulo para consultar seu padrinho político sobre a explosão de protestos pelas ruas do país. A convocação de uma constituinte não estava na pauta.

Interlocutores afirmam que Lula tem reservado sua opinião a público restrito, como o grupo de jovens recebido na quarta-feira. Após ouvi-los, Lula disse que o governo deveria apresentar dados em defesa da gestão petista.

Uma deficiência apontada na comunicação do governo está em registrar as obras de mobilidade urbana como gastos da Copa, alimentando a ideia de que esse custo é para a construção de estádios.

O secretário-geral da Presidência e principal nome ligado a Lula no ministério de Dilma, Gilberto Carvalho, confirmou que Lula tem ouvido os movimentos sociais.

"O presidente Lula fez uma reunião ontem [anteontem] com os jovens, que eu soube que foi muito interessante. Acho natural os partidos procurem nesse momento articular as suas bases, suas militâncias para fazer esse debate, fazer essa disputa que está dada na sociedade."


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