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Dilma manda hoje proposta de plebiscito sobre reforma

Presidente reúne ministros e diz que não fará 'demagogia' para cortar gastos

Financiamento de campanhas e sistema de votação estarão na mensagem; Congresso já ensaia resistência

DE BRASÍLIA

Em reunião ministerial convocada para tentar superar a atual crise, a presidente Dilma Rousseff anunciou que enviará hoje ao Congresso mensagem sugerindo plebiscito sobre reforma política e prometeu "robustez fiscal" para enfrentar as turbulências na economia, mas afirmou que não fará cortes em gastos sociais.

A presidente convocou a reunião ministerial --a terceira em seu mandato-- pressionada pelas manifestações populares no país.

A presidente confirmou dois pontos que vão constar da mensagem ao Congresso sobre o plebiscito: o modelo de financiamento das campanhas e o "padrão de voto vigente, proporcional, distrital ou misto". Segundo ela, a proposta "não vai conter muitas questões" nem indicará as perguntas do plebiscito.

A ideia do governo, agora expressada diretamente por Dilma, é que o plebiscito aconteça antes de outubro, de forma que uma reforma possa ser aprovada no Congresso a tempo de valer já para as eleições de 2014. "Eu gostaria muito, para levar em conta toda essa energia que nós vimos das mobilizações, que tivesse efeito sobre a eleição."

A sugestão de plebiscito da presidente será feita na forma de decreto legislativo e, no Congresso, a expectativa é que a proposta enfrente muita resistência entre os próprios governistas. A oposição, que não foi ouvida formalmente, já se posicionou contra a consulta popular para tirar a reforma política do papel.

A pedido de Dilma, a Justiça Eleitoral iniciou ontem estudo para atestar se é possível realizar o plebiscito este ano.

Embora não tenha deixado claro como, Dilma indicou ontem que realizará "ajustes" na administração pública para viabilizar investimentos. Fez crítica velada ao governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), que anunciou enxugamento na máquina pública.

"Eu não farei demagogia de cortar cargos que eu não ocupo. Se eu não ocupo, eu não gasto. Eu tentarei olhar de onde e de que setor é possível fazer ajustes. Mas eu não faço demagogia", disse, ao reforçar que não faria cortes nas áreas sociais. "Cortar Bolsa Família, jamais. Jamais!"

Disse ainda que destinará mais recursos para mobilidade urbana, mas ponderou que "todo mundo sabe" que não há como reduzir tarifa de transporte sem "sair de qualquer bolso senão o nosso, como contribuinte ou usuário".

Para isso, completou, disse querer conversar com municípios e Estados outras formas de subsídio. "Estamos olhando a possibilidade de, reduzindo outro gasto, ver se nós conseguimos fazer um programa ainda mais robusto junto com governadores e prefeitos", completou.

Durante a reunião, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse à equipe que o governo fará cortes de despesas para garantir o cumprimento da meta de superavit primário de 2,3% do PIB.

Mantega teve que rebater os argumentos de Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e Moreira Franco (Comunicações). Ambos disseram que a percepção da população é que hoje há perda do poder de compra devido à inflação. Carvalho, segundo participantes, disse que não haveria manifestação "se estivesse tudo bem".

A presidente negou ainda que irá realizar de imediato uma reforma ministerial.

Numa mudança de estratégia de comunicação, falou com a imprensa e anunciar os resultados da reunião. Foram 35 minutos de entrevista.

"Acredito que essa questão do pacto e das ruas tem de tornar qualquer dirigente político e qualquer governante mais acessível à discussão", disse.

A reunião na Granja do Torto contou com 36 dos 39 ministros.


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