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Hora extra no Senado terá de ser devolvida

Decisão da Justiça Federal estabelece que 3.883 funcionários restituam valor recebido durante recesso de 2009

Ação que tramita no Rio Grande do Sul afirma que o pagamento foi 'imoral' por remunerar 'serviço não realizado'

Elza Fiuza - 23.nov.2011/ABr
O ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho
O ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho

FELIPE BÄCHTOLD
DE PORTO ALEGRE

A Justiça Federal mandou que 3.883 funcionários do Senado devolvam dinheiro de horas extras pagas durante o recesso parlamentar de 2009.

Uma ação popular que tramita na Justiça Federal do Rio Grande do Sul afirma que o pagamento foi "imoral" e "fraudulento" porque remunerou um "serviço não realizado". Nos recessos da Casa, não há sessões.

O caso foi revelado pela Folha em março de 2009.

Foram incluídos como réus na ação o atual ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, que na época presidia o Senado, e o ex-senador Efraim Morais, então primeiro-secretário da Mesa.

O mérito do processo ainda será julgado, mas a juíza Vânia Hack de Almeida concedeu liminar determinando que o reembolso aconteça já.

O texto da ação registra que o gasto total com o pagamento foi de R$ 6,2 milhões. Mas também afirma que, desse total, R$ 531 mil já tinham sido devolvidos aos cofres públicos. Cabe recurso.

Na liminar, a juíza critica a direção do Senado por não ter informado à Justiça como controla o pagamento de horas extras.

A União argumentou à Justiça que as horas extras eram necessárias porque os servidores tinham "muito trabalho para pôr em dia". Citou como exemplos a elaboração de licitações e as atividades da rádio e TV Senado.

A juíza, no entanto, disse que não havia "nada de extraordinário para justificar o horário extra". Ela determinou que sejam descontados dos servidores 10% de seus salários até que o valor seja ressarcido integralmente.

Como são milhares de funcionários, eles deverão ser convocados por meio de edital no "Diário Oficial".

A Folha não conseguiu localizar Garibaldi Alves Filho e Efraim Morais. À Justiça a defesa de Garibaldi afirmou que não poderia ser atribuída a ele qualquer autorização sobre o pagamento.

Mas disse que as horas extras eram necessárias devido ao aumento dos pedidos de férias, mesmo argumento usado por Efraim.

O Senado foi palco de uma série de escândalos em 2009. Naquele ano, foi descoberto que o então diretor-geral Agaciel Maia escondia uma mansão de R$ 5 milhões da Justiça, além da revelação da contratação de funcionários por meio de "atos secretos".

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