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O papa no Brasil

Violência de protestos faz Rio rever segurança para o papa

Após depredações, governo adota plano emergencial para visita de Francisco

Medidas incluem restrição de acesso a evento católico e reforço policial no Palácio Guanabara

DO RIO

Os violentos protestos na madrugada de ontem na zona sul do Rio, a quatro dias da chegada do papa Francisco, fizeram com que as autoridades federais e estaduais começassem a reavaliar o esquema de segurança montado para a visita do pontífice.

Há ao menos seis manifestações marcadas na cidade no período de permanência do papa para a Jornada Mundial da Juventude.

Entre as medidas anunciadas ontem está a proibição de que pessoas usando máscaras entrem no Campus Fidei, área de Guaratiba, zona oeste, onde são esperados 1,2 milhão de peregrinos.

É possível também que haja reforço no policiamento do Palácio Guanabara, onde o papa será recebido na segunda-feira pela presidente Dilma Rousseff, pelo governador Sérgio Cabral e pelo prefeito Eduardo Paes.

Tropas do Exército seriam usadas para evitar que manifestantes se aproximem da sede do governo fluminense.

Após reunião de emergência convocada ontem pelo governador, o secretário de Segurança José Mariano Beltrame reconheceu que as forças estaduais não sabem como atuar contra os grupos de manifestantes que vem entrando em confronto com a polícia e, em alguns casos, promovendo depredações e saques na cidade.

"Ainda estamos aprendendo como atuar em cada manifestação. A solução é intermediária. Estamos aprendendo nesse processo com coisas que não conhecemos: coquetéis molotov, pessoas mascaradas", disse.

A preocupação com a visita do papa aumentou depois que um grupo que havia participado de ato em frente à casa de Cabral, no Leblon, depredou ao menos 25 estabelecimentos comerciais no bairro e em Ipanema, saqueou uma loja de roupas masculinas, destruiu telefones públicos, placas de sinalização e fez barricadas pelas ruas do bairro incendiando pilhas de lixo.

Nove pessoas foram presas em flagrante e autuadas por formação de quadrilha. Uma delas também foi acusada de porte de artefato explosivo.

Representante das Forças Armadas no esquema de segurança da visita do papa, o general José Abreu negou ontem que os protestos estejam exigindo reavaliação do aparato de proteção.

"Já estávamos trabalhando com a possibilidade de movimentos contestadores. Fomos surpreendidos na Copa das Confederações, mas manifestações intimidatórias e atos terroristas já estavam no nosso rol de preocupações", disse Abreu.

Anteontem, os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Defesa, Celso Amorim, haviam participado no Rio de reunião para tentar convencer representantes do Vaticano da necessidade de reforçar a segurança do papa, sobretudo em deslocamentos.

DEMORA

Às críticas de que a PM demorou para intervir e conter os manifestantes ontem, o comando da corporação afirmou que tentou evitar o uso de armas menos letais após acordo com a seção fluminense da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e a Anistia Internacional.

"Mas o que foi pactuado não deu certo", disse o comandante da Polícia Militar, Erir da Costa Filho.

O chefe do Estado Maior da PM, Alberto Pinheiro Neto, afirmou que o "pacto" firmado entre o governo e as entidades era evitar usar o gás lacrimogêneo fora da área que se pretendia proteger --no caso, a rua do governador.

"Isso [saques de ontem] provou que há necessidade de se efetivar uma dispersão das multidões fora de controle", disse Pinheiro Neto.

As duas entidades negaram o pedido para não usar gás lacrimogêneo.

Afirmam que pediram o fim do abuso no uso das armas menos letais.


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