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'Não neguem a política', diz Lula a jovens

Ex-presidente pediu que estudantes, mesmo contrariados com ele e Dilma, insistam na política e poupem os partidos

Após conferência em São Bernardo, petista volta a negar hipótese de se candidatar à Presidência em 2014

DE SÃO PAULO

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem sua manifestação mais contundente sobre os protestos que tomaram o país em junho. Num apelo contra o que chamou de "negação da política", afirmou que, ainda que seja "colocada no ralo da podridão" em momentos de crise, não há "solução fora dela" na democracia.

"A pior coisa que pode acontecer no mundo é a gente aceitar a negação da política. Não existe nenhuma experiência em que a negação da política tenha um resultado melhor do que a podridão da política", disse Lula, em palestra a estudantes na Universidade Federal do ABC, em São Bernardo do Campo (SP).

O ex-presidente falou por mais de uma hora e meia. Dirigiu-se aos estudantes de forma direta e bem humorada, e por diversas vezes usou palavrões para se expressar.

"Quando estiverem putos da vida, que não confiarem em ninguém: eu não gosto do Lula, eu não gosto da Dilma [Rousseff], eu não gosto do Marinho [Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo do Campo]', ainda assim, não neguem a política", disse.

"Não é de hoje que a gente vê as coisas acontecerem e as pessoas colocarem a política no ralo da podridão. (...) Toda vez que acontece um problema, a negação da política aparece em primeiro plano."

Lula disse que a eleição de Silvio Berlusconi na Itália e o recente golpe militar no Egito são exemplos do que ocorre quando há negação da política e fez uma defesa dos partidos. "Muito menos neguem os partidos. Vocês podem fazer outros. Quando você estiver puto e quiser negar as coisas, em vez de negar a política, entre na política", pediu.

Lula comentou as manifestações durante palestra sobre política internacional. Ele costurou o discurso com uma análise do momento atual do Brasil. Disse, por exemplo, que enquanto na Europa as pessoas protestam para não perder direitos, no Brasil, protestam para "conquistar mais". "Em vez de achar ruim, [vamos dizer] viva o protesto! De protesto em protesto, a gente vai consertando o telhado."

Após a palestra, a jornalistas, Lula negou a possibilidade de disputar a Presidência em 2014. "Eu elimino [a chance de concorrer] porque eu tenho candidata. As pessoas sabem que não adianta bater na minha porta. A companheira Dilma é uma extraordinária presidente e uma extraordinária candidata", afirmou.

Lula não quis comentar as cobranças por um enxugamento no número de ministérios -- "o tempo que eu tinha que dar opinião sobre isso era o tempo em que eu era presidente"-- e defendeu a reforma política como uma "condição sine qua non'"para "mudar" o Brasil.

O ex-presidente condenou o debate fomentado pelo PSDB sobre o fim da reeleição. "Com medo de mim, quiseram acabar [com a reeleição], e agora com a Dilma. Quatro anos de mandato para fazer alguma coisa nesse país é quase impossível."


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