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O papa no Brasil

Papa condena legalização das drogas e excesso de consumo

Discurso e sermão de Francisco expõem rigor no tratamento dos costumes

Jovens são exortados a deixar de lado 'ídolos passageiros' como dinheiro, poder, sucesso e prazeres

FABIANO MAISONNAVE ENVIADO ESPECIAL AO RIO E A APARECIDA (SP) FABIO BRISOLLA DO RIO

Em duas falas ontem, o papa Francisco condenou propostas de legalização das drogas em debate na América Latina e exortou os jovens a deixar de lado "ídolos passageiros", como dinheiro e prazer.

Os dois pronunciamentos, uma homilia em Aparecida e um discurso no Rio, reforçaram o rigor e a fidelidade à linha da igreja em que o papa se baseia para abordar temas ligados aos jovens, foco principal de sua visita ao Brasil, iniciada na segunda.

No hospital São Francisco de Assis, que trata dependentes químicos na zona norte do Rio, Francisco chamou os traficantes de "mercadores da morte" e disse que o "uso livre" não ajuda a resolver o problema do elevado consumo de entorpecentes.

"Não é deixando livre o uso das drogas, como se discute em várias partes da América Latina, que se conseguirá reduzir a difusão e a influência da dependência."

"Frequentemente, nas nossas sociedades, o que prevalece é o egoísmo. São tantos os mercadores da morte que seguem a lógica do poder e do dinheiro a qualquer custo!"

Para ele, o problema das drogas pode ser resolvido com "maior justiça, educando os jovens para os valores que constroem a vida comum".

Na América Latina, os principais defensores de uma política de drogas mais flexível são uma comissão formada pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, César Gaviria (Colômbia) e Ernesto Zedillo (México). Eles propõem medidas como o fornecimento controlado de drogas pelo Estado para diminuir o lucro do narcotráfico.

Três jovens argentinos com síndrome de Down, acompanhados da diretora da escola onde estudam, estavam na pequena multidão em frente ao hospital quando foram percebidos por um segurança do Vaticano. Eles participaram da cerimônia e cumprimentaram o papa.

Ao lado do pontífice, ficaram ex-dependentes químicos, médicos e religiosos.

"ÍDOLOS PASSAGEIROS"

Horas antes, em sermão na missa que celebrou na basílica de Aparecida, o papa exortou os jovens a deixarem de lado "ídolos passageiros" que "se colocam no lugar de Deus", como dinheiro, poder, sucesso e prazer.

"Eles [jovens] não precisam só de coisas, precisam sobretudo que lhes sejam propostos aqueles valores imateriais que são o coração espiritual de um povo, a memória de um povo", disse.

No sermão, acompanhado por milhares de fiéis reunidos sob chuva e frio no lado de fora da basílica, Francisco deu sua receita para os jovens: "Conservar a esperança, deixa-se surpreender por Deus e viver na alegria".

"Encorajemos a generosidade que caracteriza os jovens, acompanhando-lhes no processo de se tornarem protagonistas da construção de um mundo melhor", pregou a uma basílica cheia --muitas pessoas passaram a noite gelada acampadas na fila.

No fim da homilia, o papa disse que "o cristão não pode ser pessimista" e citou o discurso, em Aparecida, do conservador papa Bento 16, em maio de 2007. Na época, Francisco estava na plateia como arcebispo de Buenos Aires.

"Como dizia Bento 16: O discípulo sabe que, sem Cristo, não há esperança, não há amor, não há futuro'".


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