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O papa no Brasil

Eu e a Jornada

Atraídos por Francisco, peregrinos de 175 países colorem as ruas do Rio

DO RIO

Nos últimos sete dias, foi impossível sair às ruas do Rio sem se deparar com grupos de jovens com camisetas coloridas e mochilas idem (amarelas, azuis ou verdes), fazendo barulho nas ruas, nos ônibus e metrôs, da zona sul à Baixada Fluminense.

Eram os peregrinos e voluntários da Jornada Mundial da Juventude, participantes de um evento que equivaleu, em termos de dimensão, a quatro Réveillons de Copacabana em sequência --mas com menos álcool e muito mais limpeza e bom humor para enfrentar as dificuldades da aglomeração.

Segundo a organização da JMJ, foram 355 mil peregrinos inscritos, vindos de 175 países --62% deles brasileiros. Os conterrâneos do papa formaram o segundo maior contingente (23 mil argentinos), seguidos pelos católicos dos Estados Unidos (10,8 mil).

O orgulho nacionalista era bastante presente: bandeiras dos países eram muito mais numerosas do que as religiosas, mesmo durante os eventos com a presença do papa.

Os cantos patrióticos, muitos emprestados das torcidas de futebol (como o "Chi - chi - chi / le - le - le / viva Chile" e o "eu / sou brasileiro / com muito orgulho / com muito amor"), rivalizavam com as saudações católicas --das quais a campeã foi "esta es / la juventud del papa".

O gesto mais visto nas ruas foi o das mãos dadas, tanto as dos voluntários que formavam cordões de isolamento durante a passagem do papamóvel quanto as dos grupos de peregrinos que tentavam não se perder durante os deslocamentos até Copacabana.

Típicos mochileiros, eram econômicos em seus gastos e enfrentavam com paciência o tempo chuvoso e as dificuldades inerentes aos encontros de multidão, amplificadas pelos notórios problemas de transporte do Rio.

"É uma juventude para a qual tudo é festa. Mesmo estando em filas, estão com os amigos, cantam, brincam. O fato de estarem juntos já é lazer", diz o padre Luiz Corrêa Lima, professor da PUC Rio.

O poder de atração de Francisco é indiscutível --quase todos os ouvidos pela Folha listaram "ver o papa" entre os motivos para ir ao Rio. Corresponderam em parte à imagem "carola" --quase não se viram afagos ou cantadas, e a maioria não fumava nem bebia, o que afetou o comércio ambulante, concentrado em comidas.

Mas também desfilaram em shortinhos curtos (as mulheres eram leve maioria, 56%) e foram à praia de biquínis e sungas. Deixam como marca para os cariocas sua presença alegre nas ruas, alívio num evento com falhas graves de organização.


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