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O papa no Brasil

Paes admite erros e custo da Jornada pode aumentar

Prefeitura não revela custo das mudanças, mas diz que terá de usar mais garis

Peemedebista nega ter dado nota zero à organização do evento, mas afirma que as coisas não estão bem

DO RIO DO ENVIADO AO RIO

Principal idealizador dos grandes eventos no Rio, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) admitiu ontem erros na organização da Jornada Mundial da Juventude.

Além do desgaste político, os problemas registrados desde o primeiro dia, agravados pela chuva que obrigou o cancelamento das atividades em Guaratiba, devem causar prejuízos aos cofres públicos e despesas não previstas.

A prefeitura não divulgou quanto custará a transferência dos eventos de Guaratiba para a praia de Copacabana. Mas já informou que será necessário triplicar o número de garis. Serão 3.200 no fim de semana, contra os 1.100 de quinta-feira. O lixo extra em Copacabana exigirá 4.000 contêineres, quase seis vezes o número usado ontem.

"Joguem as responsabilidades para cima de mim, é de minha responsabilidade gerenciar a cidade, não quero empurrar responsabilidade para ninguém", disse Paes.

Em entrevista à rádio CBN, chegou a dizer que a organização do evento estava próxima da nota zero: "Eu acho que, quando não é perfeito, sempre fica mais perto de 0 do que de 10. Mas também não estou dando nota zero. Não é perfeito, a gente tem obrigação de ser perfeito, esse é meu papel. A organização não está bem". Depois, questionado pela Folha, não quis repetir a declaração.

O Comitê Organizador Local, da igreja, também não informou o quanto gastou em Guaratiba --só divulgou um valor global de R$ 350 milhões para todo o evento.

O prefeito do Rio tem feito questão de apontar as decisões da organização da Jornada, que tiveram parcela de contribuição para os problemas, como a escolha de Guaratiba para palco da vigília, da peregrinação e da missa final no fim de semana. "A igreja sempre exigiu dois lugares distintos (Copacabana e Guaratiba)", afirmou.

A igreja queria um lugar que mantivesse a tradição do evento: a peregrinação, a caminhada rumo ao ponto de encontro e a vigília, quando os jovens passam a madrugada orando. Duas fazendas em Guaratiba --com 1,32 milhão de m²-- foram escolhidas.

Desde o início a precariedade do terreno era conhecida. A chuva dos últimos dias transformou a região num lamaçal, sem condições de receber 1,5 milhão de peregrinos. Na quinta, decidiu-se a mudança para Copacabana.

Paes passou a ter de explicar o dinheiro público gasto em Guaratiba e por que não preparou o local para o evento: "Não há um tostão de recurso público nessa área".

Entretanto, a prefeitura gastou R$ 6 milhões na dragagem de rio e canais no local. Além disso, os gastos em Guaratiba estavam incluídos nos R$ 7,8 milhões estimados pela prefeitura com despesas na saúde do evento.


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