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Discurso dá 'linhas de ação' à igreja no Brasil

Francisco quer 'revisão profunda' da formação de clérigos e maior participação feminina

FABIANO MAISONNAVE DO ENVIADO AO RIO

Em forte mensagem a cerca de 300 bispos brasileiros, o papa Francisco recomendou uma "revisão profunda" da formação dos clérigos e os exortou a se questionar em vários aspectos, entre os quais se "ainda somos capazes de aquecer o coração".

No discurso mais longo de seu pontificado até agora, o papa ofereceu "linhas de ação" para a igreja no Brasil: mais simples e com maior participação feminina; ativa em debates como educação, saúde e paz social; e um contraponto ao mundo "cada vez mais rápido".

"A igreja sabe ainda ser lenta no tempo para ouvir, na paciência para costurar novamente e reconstruir? Ou a própria igreja já se deixa arrastar pelo frenesi da eficiência?", questionou Francisco.

O papa lembrou a perda contínua de fiéis da igreja no Brasil para "novos e difusos grupos religiosos, mas também para aqueles que parecem já viver sem Deus".

A porcentagem de católicos no Brasil desceu a 57%, segundo o Datafolha, seu nível mais baixo. Duas décadas atrás, era de 75%.

Feito o diagnóstico, Francisco disse que a prioridade é uma "revisão profunda das estruturas de formação e preparação do clero e do laicato da igreja que está no Brasil".

O líder católico defendeu uma igreja "em estado permanente de missão". Dentro dessa tarefa, Francisco disse que as mulheres têm "um papel fundamental" na transmissão da fé: "Perdendo as mulheres, a igreja corre o risco da esterilidade".

Há 50 anos, havia cerca de 38 mil religiosas no país, mas atualmente há apenas 33 mil, segundo o Censo Anual da Igreja Católica.

Apesar de advogar uma maior participação feminina, o papa, mesmo quando era arcebispo em Buenos Aires, nunca se posicionou a favor da ordenação das mulheres.

Francisco também analisou a igreja na Amazônia. Ele elogiou o trabalho de missionários, incluindo a recente recepção a imigrantes haitianos, mas pediu esforços para formar um "clero autóctone" e consolidar o "rosto amazônico" da igreja.


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