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Idealizadores do grupo Mídia Ninja negam vinculação partidária

Ao Roda Viva, Pablo Capilé e Bruno Torturra admitem captação de recursos públicos

DE SÃO PAULO

Idealizadores do grupo Mídia Ninja, o jornalista Bruno Torturra e o produtor cultural Pablo Capilé afirmaram ontem em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que o trabalho do coletivo não é influenciado por questões políticas.

"O trabalho da Mídia Ninja é multifacetado. Tentamos representar todos os grupos que estão nas manifestações", afirmou Capilé.

Sigla para "Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação", o Mídia Ninja ganhou projeção nacional após os protestos de junho.

A cobertura das manifestações em tempo real, feita sobretudo por smartphones, virou febre nas redes sociais.

O grupo é ligado ao coletivo Fora do Eixo, criado há dez anos e que reúne 200 associações culturais. Segundo Pablo Capilé, entre 3% e 7% do orçamento da rede é proveniente de recursos públicos, por meio de leis de incentivo à cultura. Em 2012, disse, o Fora do Eixo movimentou de R$ 3 milhões a R$ 5 milhões.

Eles rechaçaram as críticas de que o grupo é ligado ou atua sob influência de partidos políticos. "Temos independência porque construímos meios de produção", disse Capilé, que não esconde suas ligações com o PT.

"Já fomos chamados até de tucanos disfarçados", afirmou Bruno Torturra, um dos fundadores da Rede de Marina Silva.

"O uso do dinheiro público é legítimo para ser usado em iniciativas como essa."

Para ele, o grande desafio da Mídia Ninja é criar alternativas de autogestão. Uma das possibilidades está em adotar o "crowdfunding" (financiamento coletivo).

O jornalista também citou a venda de assinaturas como forma de bancar o trabalho do grupo: "O leitor também precisa se engajar na viabilidade de um novo projeto".


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