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Dilma promete a senadores do PT fazer 'mais política' no fim da gestão

Presidente recebe bancada petista e sinaliza que pretende assumir articulação com o Congresso

Apreciação de vetos e redução da remessa de medidas provisórias são temas de encontro no Palácio do Planalto

DE BRASÍLIA

Em mais uma tentativa de tomar para si o papel de articuladora do próprio governo, a presidente Dilma Rousseff recebeu ontem no Palácio do Planalto a bancada do PT no Senado e prometeu aos aliados menos medidas provisórias, menos tecnicismo --e mais política.

Queixa frequente dos governistas, Dilma tem tentado se livrar do rótulo, dado pelos próprios aliados, de "gerentona", aquela que privilegia seus projetos em detrimento das negociações com o Legislativo.

Resultado disso é que grande parte da conversa de ontem foi consumida pela preocupação do Planalto com a nova forma de análise dos vetos presidenciais pelo Congresso, que começa a ser aplicada no próximo dia 20.

Segundo o líder petista no Senado, Wellington Dias (PI), Dilma afirmou que, com o novo regime de análise dos vetos, "aumentam as responsabilidades do Executivo e do Legislativo".

Os senadores alertaram que, se não houver mudanças nas conversas com o Congresso, muitos vetos correm o risco de serem derrubados.

Por quase três horas, Dilma mais ouviu do que falou. Entre queixas e conselhos, recebeu deles pedido de audiências regulares, sobretudo antes do envio de projetos ao Congresso.

Eles, em contrapartida, receberam a promessa de que Dilma diminuirá a quantidade de medidas provisória enviadas ao Congresso. Prerrogativa do Executivo, elas têm sido o instrumento preferencial da presidente para criar projetos como os recentes Mais Médicos e o novo marco regulatório dos portos.

A avaliação do Planalto é que todas as ações de "gestão" foram feitas. Por isso, a necessidade cada vez menor de medidas provisórias. Agora, dizem os congressistas, é a hora da política.

"Pedimos a ela que o Senado seja menos caixa de ressonância e mais porta-voz do governo. Porque, do jeito que estava, a gente se sentia muito inútil", disse Jorge Viana (PT-AC).

"A presidenta coloca claramente uma disposição de intensificar [o diálogo] e disse: Olha, tem um momento que a gente tem que trabalhar a parte técnica, a parte da governança, e agora eu quero trabalhar cada vez mais a condição de ter um estreitamento, uma interlocução maior com prefeitos, governadores'", relatou Dias.

Dilma também ouviu avaliação de que é preciso viajar mais pelo país e mostrar a marca do PT nos Estados. "A oposição é que tem tempo sobrando para antecipar a campanha de 2014", disse Viana.

O relato geral é que Dilma mostrou-se otimista, relatando esperar maior crescimento da economia e queda da inflação.

Neste ano, é a primeira vez que a presidente recebe senadores petistas em bloco para uma audiência exclusiva, resultado da brusca queda em sua popularidade após as manifestações de rua e de uma consequente ameaça de rebelião de sua base no Congresso.

Segundo os senadores, a presidente ainda se prontificou a ir ao Congresso na semana que vem. A senadora Ângela Portela (PT-RR) convidou Dilma a receber o relatório final da CPI da Violência contra a Mulher em solenidade no Congresso.


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