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Secretário da CGU é alvo de blitz da PF contra desvio de recursos

Responsável pelo combate à corrupção teria vazado informações

DE BRASÍLIA

O secretário de prevenção à corrupção da CGU (Controladoria-Geral da União), Sérgio Nogueira Seabra, foi um dos alvos de operação deflagrada ontem pela Polícia Federal contra supostos desvios de verbas no Ministério da Educação.

A PF cumpriu mandado de busca e apreensão em Brasília na casa do secretário da CGU, que era parceira da investigação. Ele é suspeito de vazar informação privilegiada para o grupo investigado.

Funcionário de carreira da CGU, Seabra assumiu a secretaria de prevenção à corrupção e informações estratégicas do órgão em fevereiro deste ano. Entre agosto de 2011 e fevereiro de 2013, ele trabalhou como assessor de controle interno do MEC (Ministério da Educação).

Batizada de "Sinapse", a operação da PF tem o objetivo de desarticular uma suposta quadrilha que desviava recursos do MEC repassados para o IFPR (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Paraná).

A PF e a CGU dizem ter identificado superfaturamento, contratos falsos, pagamentos a empresas de fachada e prestações de contas fictícias envolvendo funcionários do instituto e organizações da sociedade civil de interesse público, chamadas de Oscips.

De acordo com a PF, foram cumpridos 18 mandados de prisão e 43 de busca e apreensão em São Paulo, Paraná e no Distrito Federal.

DESVIO

A suspeita é de desvio de de R$ 6,6 milhões do total de R$ 45 milhões repassados pelo MEC. Apenas com um dos suspeitos, de uma Oscip, foram apreendidos três carros de luxo: um Porsche Cayman, um Range Rover e um Mercedes-Benz.

As investigações começaram a partir de uma auditoria solicitada pelo MEC em dezembro de 2011 à CGU. O pedido foi enviado pelo próprio Sérgio Seabra, que tinha a função, na pasta, de encaminhar esse tipo de solicitação.

Segundo a CGU, entretanto, a PF foi acionada para entrar no caso e, em determinado momento, fez interceptação de conversas telefônicas de Seabra, com autorização da Justiça, no período em que ele trabalhava no MEC.

Responsáveis pela investigação informam que não há, a princípio, indícios de que Seabra fazia parte do suposto esquema, mas ele teria sido flagrado advertindo investigados de que a PF havia entrado na apuração. Os federais dizem que, depois do alerta de Seabra, alguns dos suspeitos pararam de falar ao telefone.

A CGU, que falou por Seabra, diz que o servidor está colaborando e que prestou ontem depoimento à PF. Ele teria afirmado que a função dele no MEC previa repassar informação ao órgão de controle e também cobrar do IFPR respostas aos questionamentos da auditoria.

Seabra, a princípio, será mantido no cargo porque, na avaliação da CGU, ele não cometeu nenhuma irregularidade. O MEC divulgou nota dizendo que afastou os três servidores do IFPR para resguardar as investigações.

Em nota, o IFPR disse que "todos os documentos solicitados foram prontamente entregues para investigação" e que desde 2011 verifica com regularidade todos os convênios firmados pelo órgão.


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