Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Cotidiano em cima da hora

'Não viemos por dinheiro', dizem cubanos

Primeiros profissionais que atuarão no Mais Médicos chegam ao país; ministro da Saúde reage às críticas de brasileiros

Alexandre Padilha diz que governo tem 'segurança jurídica' para fazer contratação de estrangeiros

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RECIFE DE BRASÍLIA

Os primeiros 206 médicos cubanos que trabalharão no Mais Médicos desembarcaram ontem no Recife e em Brasília, foram recebidos com festa e disseram que vieram ao Brasil "por solidariedade, e não por dinheiro".

"Nós somos médicos por vocação e não por dinheiro. Trabalhamos porque nossa ajuda foi solicitada, e não por salário, nem no Brasil nem em nenhum lugar do mundo", afirmou o médico Nélson Rodríguez, 45, que desembarcou no Recife.

Ele disse que a atuação seguirá as ações executadas em países como Haiti e Venezuela, onde já trabalhou.

"O sistema de saúde no Brasil é mais desenvolvido do que nesses países que visitamos, então poderemos fazer um trabalho até melhor na saúde básica", afirmou.

Outros médicos que deram entrevistas concordaram. Todos eles falaram "portunhol" --afirmaram que tiveram contato com o idioma na África ou com amigos.

Natacha Sánchez, 44, que atuou na Nicarágua e na África, disse que os cubanos estão preparados para o trabalho em locais com "condições críticas". Ela afirmou não ter conhecimento das reclamações feitas por entidades médicas brasileiras sobre a atuação de profissionais cubanos.

Conselhos de medicina rotularam de "ilegal" a atuação dos cubanos e prometem chamar a polícia quando eles começarem a trabalhar.

O segundo grupo desembarcou já na noite de ontem em Brasília. Como na capital nordestina, os cubanos foram bem recepcionados.

Militantes do PT e de outros partidos da base governista entoavam o coro "cubano, amigo, o Brasil está contigo", além de mostrarem cartazes de apoio.

REAÇÃO

O ministro Alexandre Padilha (Saúde) reagiu à ameaça de entidades médicas.

"O governo já ganhou todas as medidas judiciais. Temos muita segurança jurídica no que estamos fazendo. Quem tem crítica pode fazer sugestões para aprimorar. Agora, não venham ameaçar a saúde da população que não tem médicos", afirmou.

Padilha disse que o contrato firmado com Cuba é semelhante ao estabelecido pela Organização Pan-Americana de Saúde em 58 países.

"Esses médicos têm emprego permanente. O fato de virem para missão internacional faz com que o salário deles aumente. É um bônus."

Os cubanos ficarão em instalações militares, passarão por treinamento e começarão a trabalhar no próximo dia 16.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página