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Em risco, partido de Marina apelará ao TSE

Além de culpar cartórios, Rede pedirá registro a ministros do tribunal mesmo sem validar assinaturas exigidas por lei

Advogado afirma que decisão de corregedora atesta atrasos da Justiça; dirigentes admitem prazo insuficiente

RANIER BRAGON DE BRASÍLIA PAULO GAMA DE SÃO PAULO

Sob risco de não conseguir validar nos cartórios eleitorais as 492 mil assinaturas de apoio necessárias para sua criação, a Rede Sustentabilidade quer que a Justiça Eleitoral aprove seu registro mesmo que esse número não seja atingido até o prazo limite.

O partido de Marina Silva precisa receber a chancela do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até 5 de outubro como forma de a ex-senadora poder concorrer por ele ao Palácio do Planalto.

Argumentando que a Justiça Eleitoral nos Estados está descumprindo os prazos e regras para reconhecer as assinaturas de apoio, a sigla já admite não conseguir atingir a marca a tempo.

"A eficácia da Constituição vai ficar condicionada a um ato burocrático de cartório? A burocracia inepta da primeira instância, do cartório, vai impedir a eficácia da Constituição? É isso que o TSE vai ter que decidir", afirmou o advogado e ex-ministro do TSE Torquato Jardim, que assumiu há alguns dias o comando da estratégia jurídica da Rede.

A declaração, que cita o preceito constitucional da livre criação de partidos, foi dada em resposta à pergunta sobre o que a Rede fará caso não consiga as assinaturas.

Fruto da saída de Marina do PV após as eleições de 2010 --quando ficou em terceiro lugar na eleição presidencial, com 19,6 milhões de votos--, a Rede começou a coletar assinaturas em fevereiro. Sem conseguir cumprir etapas prévias --faltava validar 188 mil nomes, por exemplo--, a sigla ingressou assim mesmo com o pedido de registro no TSE na segunda.

O partido pedia para que as assinaturas em análise nos cartórios, cerca de 220 mil, fossem validadas sem a checagem da veracidade dos dados, o que foi negado pela relatora, a ministra Laurita Vaz.

Apesar da decisão contrária, a Rede comemorou o fato de Laurita ter determinado aos cartórios e tribunais que cumprissem os prazos e regras legais. "Ela reconheceu que há atraso nos cartórios, nos tribunais e exigiu decisão", disse Torquato.

Esse será um dos elementos usados pela Rede para tentar convencer os ministros do TSE a aprovar a sigla mesmo que ela não consiga as validações restantes.

Além disso, Jardim lembra que no julgamento da criação do PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab, em 2011, o então presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, afirmou que falhas burocráticas da Justiça não poderiam impedir a criação da legenda.

Na ocasião, porém, o PSD já tinha assinaturas necessárias antes de efetuar o pedido.

Apesar dos 220 mil nomes em análise, integrantes da Rede reconhecem que esse número pode ser insuficiente. "Se isso [número das assinaturas nos cartórios] será ou não suficiente, vai depender do índice de rejeição [cerca de 25%]", disse André Lima, também advogado da Rede.

Pedro Ivo, da direção da sigla, disse que o partido está revendo 230 mil assinaturas que não havia apresentado por inconsistências nos dados. "É a repescagem para ver o que pode ser aproveitado."

Ontem terminou o prazo para que houvesse contestações à criação da Rede. Não houve impugnações e o pedido segue para que o Ministério Público ofereça um parecer em até 10 dias.


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