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Número 2 do Ministério do Trabalho cai após ação da PF

Investigado sob suspeita de participar de fraude, Paulo Roberto Pinto deixa cargo

Entidade teria desviado R$ 400 mi com ajuda do alto escalão da pasta; assessor de ministro se entrega à Polícia Federal

DE BRASÍLIA

Investigado pela Polícia Federal por suspeita de participação em suposto esquema de desvio de recursos públicos, o secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Paulo Roberto Pinto, deixou ontem o cargo, 24 horas depois de ter sido mantido no posto por pressão do PDT, partido que controla a pasta.

Paulo Roberto é acusado pela PF de ter ajudado a tirar do cadastro de inadimplentes do governo o IMDC (Instituto Mundial do Desenvolvimento da Cidadania), entidade que teria desviado, segundo a polícia, R$ 400 milhões nos últimos cinco anos.

Filiado ao PDT, Paulo Roberto entrou no Ministério em 2007. Após três anos, assumiu a secretaria-executiva, tornando-se um dos principais aliados do então ministro Carlos Lupi, presidente do PDT, que deixou o posto em 2011, acusado de irregularidades. Ele chegou a assumir a pasta interinamente no final de 2011.

Na segunda-feira, quando foi deflagrada a operação que desarticulou o esquema de desvio de recursos, Pinto foi ouvido pela PF, em Brasília, e liberado em seguida.

Outros dois assessores do ministério foram exonerados anteontem por envolvimento no suposto esquema.

A Folha apurou que o Palácio do Planalto chegou a defender o afastamento do pedetista até que as investigações fossem concluídas. Após pressões do PDT, recuou e decidiu mantê-lo no cargo.

No início da tarde de ontem, contudo, Pinto se reuniu com o ministro Manoel Dias para discutir sua saída. Em nota, o ex-número 2 do Trabalho disse que pretende "contribuir com a elucidação dos fatos" e "provar a inocência perante as instâncias institucionais".

"De modo a preservar a minha família e a imagem deste ministério, decido solicitar a exoneração do cargo de secretário-executivo desta pasta, para que eu possa contribuir com a elucidação dos fatos e provar a minha inocência perante as instâncias institucionais competentes."

O novo secretário-executivo será Nilton Fraiberg Machado, que cuidava da área de Planejamento, Orçamento e Administração na Pasta.

De acordo com investigadores da PF, o IMDC teria fraudado convênios de cursos e serviços de transportes de jovens.

A entidade atua em 11 Estados e no Distrito Federal. O presidente do IMDC, Deivson Vidal, foi preso e teve carros, dinheiro, joias e helicóptero apreendidos. Foram feitas buscas até no 3º andar da sede do Ministério do Trabalho.

Dos 25 mandados de prisão temporária, 22 foram cumpridos na manhã de anteontem. Das 12 "conduções coercitivas" para depoimento --ocasião em que a polícia busca o depoente--, 11 foram efetivadas, incluindo a de Pinto.

A Justiça expediu 44 mandados de busca e apreensão e 20 de sequestro de valores e bens, entre eles R$ 500 mil em espécie. Ao todo foram expedidos 101 mandados.

Um dos mandados de prisão foi contra Anderson Brito Pereira, assessor no ministério do Trabalho, que chegou a ser considerado foragido, mas se entregou à polícia anteontem à noite.


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