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Celso Amorim, 28 X Barão do Rio Branco, 7

A Fundação Alexandre de Gusmão, do Itamaraty, acaba de editar um bonito livro, em edição bilíngue, intitulado "Imagens da Diplomacia Brasileira". São 248 páginas ilustradas com centenas de mapas, retratos e fotografias, documentando os principais personagens da política externa brasileira, do conde da Barca, ministro de d. João 6º, aos titulares recentes. O trabalho vem assinado por Amado Luiz Cervo e Carlos Cabral, apoiados por uma equipe de dez pessoas.

Do jeito que está, servirá para uma boa reedição. Tratando-se de um livro interessado em resgatar o passado, traz sete fotografias do barão do Rio Branco e 28 do embaixador Celso Amorim.

Até aí, poderia ser uma glorificação de um passado ainda presente. Num lance de cirurgia bolchevique, relegou-se à condição de simples figurante o chanceler Azeredo da Silveira (1974-1979), um diplomata que marcou a história da Casa. Silveira era dotado de grande desembaraço cenográfico, jamais sumiria por acaso. Coisas desse tipo mostram como estava certo o presidente Garrastazu Médici quando disse, em 1974, que "no Itamaraty todos se destroem uns aos outros".

Dois enganos, corrigíveis numa eventual reimpressão: o general que aparece numa foto ao lado do então chanceler Magalhães Pinto é Aurélio de Lyra Tavares, não "Aureliano". Mico irrelevante. O outro é constrangedor: o sujeito que está com o chanceler Ramiro Guerreiro num encontro ocorrido no Itamaraty, em maio de 1979, não é "o vice-primeiro-ministro Zhou Enlai". Por três motivos: o poderoso Zhou nunca foi vice-primeiro-ministro, nunca veio ao Brasil e morreu em 1976. Nesses dias, quem esteve em Brasília foi o vice-premier Kang Shien.

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