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Vizinhos de governador estão cansados de atos

Manifestantes já foram atingidos por pedras e ovos lançados por moradores do bairro

DO RIO

Após mais de dois meses com protestos quase semanais nas portarias de seus prédios, os vizinhos do Palácio Guanabara, sede do governo do Rio, estão cansados.

Alguns moradores dizem concordar com os atos, cujo alvo é o governador Sérgio Cabral (PMDB), mas reclamam da rotina de estouro de bombas e ruas bloqueadas. "Acho que todos têm o direito de protestar. Mas quem mora por aqui já está cansado", disse Valéria Magalhães, 58, moradora da rua Paissandu.

As ruas mais afetadas são as que ficam em frente ao palácio, mais residenciais. Elas são usadas como rota de fuga de manifestantes após o início dos conflitos com a polícia, e os "black blocs" queimam lixo nas ruas para atrapalhar o avanço dos policiais.

Enquanto no início dos protestos vários apartamentos demonstravam seu apoio piscando as luzes da sala, agora há vizinhos rivais: manifestantes já foram alvos de pedras e ovos lançados pelos moradores do bairro.

Além de agências bancárias quebradas e lixo espalhado pelas ruas, os moradores convivem com trânsito bloqueado de forma constante e imprevisível. "Um dia fiquei uma hora tentando marcar um lugar para pegar o meu filho na van do colégio, que não conseguia chegar aqui. Estava tudo bloqueado", disse a estilista Cristine Dias, 48.

O barulho dos helicópteros da polícia e emissoras de TV costuma ser o primeiro sinal de um protesto. "A gente nunca sabe quando vai acontecer exatamente. Um dia fiquei presa por mais de três horas no apartamento de uma amiga com uma senhora de 90 anos. Não podia ir andando para casa", disse Ruth Valadares, 60.

Com apenas uma rua de acesso, os moradores de Laranjeiras e Cosme Velho têm de percorrer até três quilômetros a pé, caso não queiram ficar presos no trânsito aguardando o fim da manifestação.

Comerciantes sofrem prejuízos, mas temem reclamar: "Quando tem manifestação temos que fechar o posto na hora que a gente mais fatura, que é a noite", disse o subgerente da loja do posto de gasolina em frente ao palácio, Romério Borba, 29.

Alguns vizinhos da sede do governo têm medo de falar abertamente sobre os protestos, que costumam acabar em depredações: "A gente nunca sabe bem quem está envolvido", disse uma aposentada, que pediu anonimato.

Laranjeiras foi o único bairro em que o deputado Marcelo Freixo (PSOL), principal opositor de Cabral, venceu Eduardo Paes (PMDB), aliado do governador, na disputa de 2012 para a Prefeitura do Rio.


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