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Análise
Aliança de ex-ministros de Lula impede estratégia do PT
VERA MAGALHÃES EDITORA DO PAINELA surpreendente aliança de Eduardo Campos com Marina Silva ainda precisará ser "metabolizada", para usar um termo do marinês, mas o fato é que deve ter provocado uma tremenda indigestão em Dilma Rousseff e Lula.
Aliás, este pareceu ser o objetivo inconfesso de uma Marina "bolada", embora segura, que lançou mão de um sarcasmo até então ausente de suas falas e culpou o PT, seu antigo partido, por "aviltar" a democracia ao supostamente agir contra a Rede.
Campos fez jus à fama de bom articulador político e, enxergando a oportunidade, soube dizer exatamente o que Marina queria ouvir: que a Rede existe e é "legítima".
Aos aliados que se espantaram com o fato de aceitar até ser vice, mesmo tendo o triplo das intenções de voto do aliado, Marina mostrou pragmatismo: quem tem partido e máquina é ele. Se as condições mais adiante vão levar a uma mudança de planos, é algo que partidários de Campos não discutem agora.
Uma chapa com os dois seria forte pelo simbolismo: são ex-ministros de Lula, ambos com trajetória de esquerda. Seria mais difícil para o PT fazer o discurso do bem contra o mal das últimas eleições.
O fim da polarização afeta também Aécio Neves. Para se contrapor à nova força que surge e pode ocupar o espaço de oposição, o tucano terá de ir atrás de aliados que sobraram no tabuleiro, como o PPS de Roberto Freire.