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Rede precisará fazer alianças mais amplas, diz deputado

Para Alfredo Sirkis, nova sigla deve rever posições para ter chances 'de fato'

Marineiro, que também migrou para o PSB, nega que discussão com ex-senadora tenha sido decisiva para filiação

PAULO GAMA DE SÃO PAULO

Fundador da Rede Sustentabilidade e um dos principais aliados de Marina Silva, o deputado federal Alfredo Sirkis (RJ) reconhece que, ao se filiar ao PSB, a ex-senadora "abre mão de um ideal de marcação de posição e de crítica descomprometida", mas que sua decisão será assimilada "quando as pessoas entenderem de fato o que ocorreu".

"Com a aliança a gente está abrindo mão de ser os que marcam posição para ser os que passam a ter uma chance de fato de transformar a realidade. O Brasil é um país supercomplexo, para governar vai ter de fazer alianças muito mais amplas do que essa", disse à Folha.

Para isso, Sirkis defende um "realinhamento" de forças. "É necessário ter junto PT, PSDB, políticos ecologistas --que estão na Rede, no PV--, PSB, gente como Pedro Simon. É um realinhamento histórico, que procure juntar o lado mais moderno da política brasileira. Mas isso só é possível depois de impor uma derrota contundente ao grupo palaciano", diz, sobre petistas que estão no governo.

Sirkis foi um dos mais duros críticos da possibilidade de que Marina se mantivesse afastada das eleições de 2104 após o revés da Rede na Justiça Eleitoral. Chegou a bater boca com a ex-senadora na noite que sucedeu a derrota, na última quinta-feira, e a acusou de decidir sem ponderar a opinião de aliados.

Agora, diz que a desavença está superada e nega que as críticas tenham determinado a decisão da ex-senadora de se filiar ao PSB.

"A decisão de apoiar Eduardo Campos [governador de Pernambuco e pré-candidato à Presidência] foi totalmente solitária, dela com seus botões. Até porque ninguém teria coragem de propor uma coisa dessas para ela. Ela com 26% e ele com 8%, ninguém ia dizer: Acho que você tem de ser vice'. Foi uma lição de desprendimento", afirmou.

'PESADELÁTICOS'

O deputado diz também que parte das críticas que aparecem nas redes sociais à decisão são patrocinadas pelo PT. "O partido já colocou digitadores para fazer cobranças da Marina, supostamente pelo lado dos sonháticos, mas aí já são os esquemas pesadeláticos' da internet", diz.

Sirkis --que decidiu migrar do PV para o PSB antes da decisão de Marina-- reconhece que a aliança trará desgastes. "É uma saída que tem de passar por uma serie de sentimentos de frustração e que será questionada pela Rede."

"Mas, dentro das alianças possíveis, em uma política mais convencional, Eduardo Campos é o mais atento e simpático às questões programáticas que abordamos."

Ele defende Campos e diz que com a entrada do aliado Sérgio Xavier (PV) na Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, o governador vem conseguindo conduzir seu segundo mandato "mais próximo das questões ambientais".

Sobre as críticas de Marina que incluem o PSB na troca de apoio por espaços em governos, Sirkis diz que os grupos "não estão construindo um partido juntos". "As pessoas da Rede estão se abrigando no PSB, o que não é a mesma coisa. O que queremos juntos é mudar o Brasil, e isso ninguém consegue sozinho."

Ontem, representantes da Rede e do PSB fizeram a primeira reunião formal para reproduzir nos Estados a aliança entre Campos e Marina. Para isso, vão listar marineiros que se filiaram tanto ao PSB quanto a outras siglas.


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