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Sabatina - Folha/UOL

Tucanos poupam Kassab e atacam PT

Pré-candidatos do PSDB defendem aliança com PSD, partido do prefeito, e bombardeiam Haddad e Marta Suplicy

Equipe do governador Alckmin orientou tom adotado em sabatina por postulantes ao cargo de prefeito de SP

DE SÃO PAULO

Os quatro pré-candidatos do PSDB à Prefeitura de São Paulo elegeram ontem, em sabatina promovida pela Folha e o pelo portal UOL, o PT como principal alvo de ataques.

O prefeito Gilberto Kassab, possível aliado nas eleições em São Paulo, foi poupado de críticas. Eles também evitaram o bombardeio interno.

Os secretários Andrea Matarazzo (Cultura), Bruno Covas (Meio Ambiente), José Aníbal (Energia) e o deputado federal Ricardo Trípoli falaram por 1h30 sobre a cidade e a estratégia política do PSDB para a eleição de 2012.

Todos defenderam um arco de alianças amplo, inclusive com o PSD de Kassab, mas reafirmaram as prévias para escolha do candidato tucano como cabeça de chapa.

Orientados pelo Palácio dos Bandeirantes, centraram fogo no pré-candidato do PT, o ministro Fernando Haddad (Educação), e na gestão da senadora Marta Suplicy, que comandou a cidade entre 2001 e 2004.

Questionado, por exemplo, sobre o contrato firmado entre a prefeitura e a Controlar, empresa que faz a inspeção veicular em São Paulo, Bruno Covas defendeu a vistoria.

O Ministério Público diz que o contrato é irregular. Pela ação, Kassab teve os bens bloqueados.

"Você precisa ter uma boa assessoria jurídica para dizer o que pode e o que não pode ser assinado. A questão é o mérito: é algo importante para melhorar o ar", afirmou.

ADVERSÁRIO

"Não vamos ficar espingardeando quem não temos que espingardear. O discurso vai ser assertivo", disse José Aníbal, sobre o tom que o PSDB deve adotar ao tratar da gestão do prefeito.

Incitado a dar uma nota à atual administração, Andrea Matarazzo desviou. "É difícil dar uma nota, mas é uma prefeitura que acertou mais do que errou", respondeu. "Errou em alguns aspectos que eu entendo vitais para a cidade, na zeladoria", finalizou.

"O adversário nosso é o PT", resumiu Trípoli. O deputado insinuou que Haddad não conhece a capital e lembrou falhas na aplicação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

Espécie de pré-candidato virtual, já que mesmo negando disposição em concorrer é apontado como o melhor nome para disputar pelo PSDB, o ex-governador José Serra foi citado diversas vezes.

Bruno Covas disse que Serra é um "patrimônio do partido e do Brasil", mas ressaltou que o ex-governador tem dito que não quer ser candidato. "Não vamos trabalhar com hipótese", afirmou.

Matarazzo defendeu a gestão de Serra na prefeitura (2005-2006), da qual foi secretário municipal, e aproveitou para atacar Marta: "Lembro bem como encontramos a prefeitura. Tinha fila de fornecedores na boca do caixa. [A gestão] Foi nefasta".

Aníbal evitou ataques diretos ao PT. No início de sua fala ele destacou proximidade com a presidente Dilma Rousseff, com quem estudou e militou contra o regime militar na juventude. Pesquisas do PSDB apontam avaliação positiva de Dilma na capital.

Questionados sobre problemas crônicos da cidade, como enchentes e infraestrutura, pregaram maior parceria entre Estado e município.

Ex-subprefeito da Sé, Matarazzo defendeu a internação compulsória de dependentes químicos. Quando comandou a região central, foi chamado de "higienista" por opositores.

"Vai fazer o quê? Deixar que morram? É desumano. Você tem que coibir o traficante com polícia e tratar o morador de rua com dignidade, como se ele fosse ser humano como qualquer um de nós", afirmou.

Apesar do esforço de demonstrar união, algumas rivalidades internas apareceram. Matarazzo disse que São Paulo não é para "amadores". Bruno é frequentemente taxado de "inexperiente" pelos adversários.

Já o secretário de Meio Ambiente mirou o PT e disse que o eleitor não quer mais votar "em um poste", referindo-se a Haddad, escolhido pelo ex-presidente Lula para concorrer à prefeitura. Ano passado, Lula também indicou Dilma para sua sucessão.

Assista à sabatina

folha.com/no1016738

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