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Garupa nunca mais

Depois da escapada com um assessor em Brasília, Dilma decide aprender a pilotar e pede sugestões para comprar a própria motocicleta

VALDO CRUZ JULIANNA SOFIA DE BRASÍLIA

Após experimentar a sensação de andar de motocicleta, a presidente Dilma Rousseff resolveu que não basta estar na garupa. Agora, quer aprender a pilotar e até embala o desejo de comprar sua própria moto. Na mira, um modelo da famosa marca americana Harley-Davidson.

Tudo começou em 4 de agosto, quando, como a Folha revelou, Dilma deu uma volta de uma hora na garupa do secretário-executivo do Ministério da Previdência, Carlos Gabas. Assim que voltou do passeio, Dilma decretou: "Quero aprender a pilotar".

O pedido combina com o estilo dilmista, que em certas ocasiões mandou até o piloto do avião presidencial mudar planos de voo para evitar turbulências que a desagradam.

Em agosto, Gabas perguntou à presidente se ela tinha experiência no assunto. "Não, mas já andei muito de bicicleta, sou boa de equilíbrio", ela respondeu. O assessor foi encarregado então de ajudá-la a comprar a moto e conseguir a carteira de habilitação.

Gabas já fotografou a máquina que vai sugerir à presidente. Será uma Harley vermelha, modelo Iron, própria para usar na cidade. Pesa 260 kg, tem 883 cilindradas e velocidade final de 173 km/h. A R$ 30.900, está no extremo inferior da tabela das Harley.

Não há limitações pessoais para cada modelo, mas na concessionária brasiliense da marca a Iron não é recomendada para o biótipo de Dilma.

Sem saber de quem se tratava a potencial cliente, a consultora de vendas ouvida pela reportagem sugeriu: "Mulher, não muito alta, deveria optar por um modelo mais baixo". Mas é possível fazer adaptações de altura para adequá-la à cliente.

Quando a presidente der o sinal verde, a intenção de Gabas é contratar um instrutor de autoescola para dar aulas a Dilma no Palácio do Alvorada. O Detran poderá organizar uma banca especial para submetê-la à prova.

Dilma animou-se com a brincadeira. Em 27 de setembro, ao fim de uma cerimônia no Palácio do Planalto, chamou Gabas e perguntou: "Meu amigo da motocicleta, quando vamos repetir o passeio?"

"Quando a senhora mandar", respondeu o assessor. Os dois não voltaram a falar desse assunto desde então.

Resistente inicialmente diante do assédio da imprensa por causa do passeio de agosto, Dilma tem sido convencida por assessores de que esse noticiário acabou sen- do favorável à sua imagem.

Ela afirmou a auxiliares que a escapadela de agosto lhe deu uma "sensação de liberdade enorme". Como diz o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, a liturgia do cargo acaba limitando muito a vida da presidente.

No passeio, Dilma usou fones no capacete para ouvir música ao gosto de Gabas: o rock pesado do AC/DC e do Black Sabbath aliado ao pop-rock do U2 e de Coldplay.

A segurança teve de correr atrás, mas a petista não se descuidou: usou cotoveleira, joelheira e capacete. Experimentou primeiro um que ganhou de presente do campeão de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi.

"Estou me sentindo sufocada", reclamou. Mudou para outro, aberto. "Mas com esse capacete vão me reconhecer", reclamou novamente. "Qual o problema? Podem até reconhecer, mas não vão acreditar", ouviu de Gabas.


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