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Ex-diretor de estatal de trens é suspeito de receber propina

Ministério Público aponta pagamento de US$ 836 mil para favorecer Alstom

Defesa de João Zaniboni nega irregularidades e diz que executivo prestou consultorias antes de assumir cargo

FLÁVIO FERREIRA DE SÃO PAULO

O Ministério Público aponta que o ex-diretor da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) João Roberto Zaniboni recebeu US$ 836 mil (o equivalente a R$ 1,8 milhão) em propinas pagas pela empresa Alstom em uma conta na Suíça.

A acusação tem por base documentos e rastreamentos financeiros enviados ao Brasil por autoridades suíças.

As investigações indicaram a participação dos consultores Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira (que já morreu) nos repasses. O Ministério Público e a Polícia Federal suspeitam que eles também intermediaram propinas pagas pela multinacional alemã Siemens a servidores paulistas, em inquérito aberto em 2008.

A apuração suíça apontou que a Alstom fez depósitos em contas de empresas sediadas no exterior controladas por Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira, e essas companhias fizeram repasses para Zaniboni a partir de 1999 que totalizaram US$ 836 mil.

Nesse ano, Zaniboni assumiu o cargo de diretor de Operação e Manutenção da CPTM, no mandato do governador Mário Covas (PSDB), morto em 2001. Zaniboni permaneceu no posto até 2003.

Segundo as apurações, parte do dinheiro recebido por Zaniboni naquele país foi repassado para conta de sua filha nos Estados Unidos.

As autoridades suíças encontraram um contrato de consultoria assinado entre a Alstom e uma dessas empresas estrangeiras, a Gantown, sediada no Uruguai, datado de setembro de 1999.

O documento aponta que a Gantown deveria prestar serviços de consultoria em relação a contratações da CPTM para a reforma e modernização de 129 carros de trens.

Para os investigadores, esse contrato foi simulado e a Gantown não prestou qualquer serviço à Alstom.

Pelo menos um aditivo a esses contratos foi assinado por Zaniboni, segundo as apurações. Porém, para a Promotoria do Patrimônio Público e Social do Ministério Público estadual, Zaniboni teria recebido a propina para favorecer a Alstom em vários outras contratações da CPTM que são alvo de uma força-tarefa de promotores.

O advogado de Zaniboni, Luiz Fernando Pacheco, nega que o ex-diretor da CPTM tenha recebido propinas.

Segundo o defensor, antes de assumir o cargo na CPTM Zaniboni prestou consultoria para Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira e recebeu como pagamento US$ 250 mil (R$ 545 mil) em uma conta na Suíça.

De acordo com Pacheco, a conta também foi abastecida com recursos obtidos em razão de outras consultorias prestadas por Zaniboni mas ele "não reconhece" o valor total de U$ 836 mil apontado pelas autoridades suíças

Em nota a Alstom afirmou que desconhece totalmente as transações mencionadas nas investigações e está colaborando com as autoridades.

A Folha procurou a assessoria da CPTM na noite de ontem, mas a companhia não se manifestou.

A reportagem não conseguiu localizar Arthur Teixeira ontem.


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