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Ana de Hollanda se opõe à autorização para biografia

Ex-ministra da Cultura tem posição contrária à do irmão Chico Buarque

'Privacidade só pode ser evocada se houver uma ofensa. Se você tem uma vida pública, é difícil querer manter'

CASSIANO ELEK MACHADO DE SÃO PAULO

A ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda, 65, manifestou-se ontem contra a lei em vigência no país que "condiciona a biografia ao biografado ou a seus descendentes".

"Imagine se para escrever sobre d. Pedro 1º tivéssemos de obter autorização da família imperial e de descendentes de todos os outros citados", disse à Folha.

Hollanda, ela mesma, prescinde de "autorização de família" para defender isso.

O músico Chico Buarque, seu irmão, havia afirmado em artigo publicado no jornal "O Globo", anteontem, que os artistas têm o direito de "preservar sua vida pessoal".

Ele se aliava, com isso, a Roberto Carlos e ao grupo de músicos Procure Saber na defesa da necessidade de autorização prévia para publicação de biografias.

"Não falei com Chico sobre esse assunto. E também não ouvi meus outros irmãos. Respeito a opinião de Chico, mas nem sempre concordamos em tudo."

A ex-ministra opina que a defesa absoluta de privacidade caminha em direção contrária à da história.

"Se isso for adiante, não poderemos falar sobre mais nada. Qualquer assunto público sempre vai esbarrar na privacidade", afirma.

Ela diz que essa é sua posição desde os tempos de ministra e que, como filha de um historiador, Sérgio Buarque de Hollanda (1902-1982), preocupa-se especialmente com este tema.

"Defendi essa posição junto a [ex-ministro e ex-deputado] Antonio Palocci quando estive no governo", disse ela, que foi ministra de janeiro de 2011 a setembro de 2012, quando foi sucedida no ministério por Marta Suplicy.

"Privacidade só pode ser evocada se houver uma ofensa. Se você tem uma vida pública, é difícil querer manter. Não dá para exigir que para falar do suicídio de Getúlio tenha de ter autorização da família", disse.

Afastada da vida pública, Ana de Hollanda, que é cantora, diz que tem se dedicado a compor e a recuperar sua voz, que ficou desgastada nos tempos de ministério.


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